Copom: Banco Central se preocupa com risco fiscal

Núbia Xarife Por Núbia Xarife
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Divulgada no início da semana, a Ata da 250ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) aponta a preocupação do Banco Central quanto à indisciplina fiscal somada a outras ameaças junto ao equilíbrio da moeda. O documento não apresentou grandes mudanças em relação às reuniões anteriores. 

O texto indica novamente um risco de inflação global. De acordo com o Copom, as inflações podem demorar a diminuir. “O baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em algumas economias, aliado a uma inflação corrente elevada e com alto grau de difusão, sugere que pressões inflacionárias no setor de serviços podem demorar a se dissipar”, apresentou o documento.

A avaliação dos membros do Copom mostra uma maior sensibilidade dos mercados financeiros em relação a fundamentos fiscais, e isso inclui os países avançados. De acordo com os membros essa maior sensibilidade somada ao aperto das condições financeiras demanda atenção nos países emergentes. Com isso, qualquer iniciativa dos governos, mesmo que de países desenvolvidos, que abandonem a disciplina fiscal pode provocar mudanças no mercado e alterar preços dos ativos. 

No Brasil, segundo a economista Geizebel Schieferdecker, sócia do escritório de investimentos Squad Capital, é possível que a questão fiscal e a reforma tributária se tornem pautas nas agendas dos próximos meses. “A percepção do mercado é que o próximo governo terá pouco espaço para a criatividade no setor fiscal”, afirma Geizebel.


Relatório Focus de 28/10/2022 para a economia brasileira (Foto: Reprodução/Instagram)


Em relação aos juros, a economista aponta que a estimativa da diminuição das taxas brasileiras começará a ocorrer no primeiro trimestre de 2023 se a questão fiscal estiver em processo de alinhamento. Outras projeções já indicam que devem cair no segundo semestre.

A última publicação do Relatório Focus, apresentada na segunda-feira (31), indica que o lançamento para taxa Selic para 2023 permanece em 11,25% há dois meses. Em caso de confirmação desta estimativa, o caminho de baixa dos juros será brusco, com a queda de 2,5 pontos percentuais no período de um semestre.

Foto destaque: Edifício Sede do Banco Central. Reprodução/Instagram

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