Entenda a queda do dólar no último ano

Renato Lagoas Por Renato Lagoas
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O ano de 2023 testemunhou uma queda significativa no valor do dólar, com uma desvalorização acumulada de mais de 8%, aproximando-se da marca dos R$4,80. Esse movimento, apesar da sazonalidade de saída de fluxo que costuma pressionar o câmbio, foi impulsionado por uma conjunção de fatores tanto internos quanto externos.

Desvalorização 

A desvalorização da moeda americana no cenário global, aliada aos juros elevados localmente nos países e um saldo positivo na balança comercial, tem favorecido o real brasileiro. Especialistas da área apontam que esse cenário ainda reserva espaço para novas quedas, impulsionadas por forças tanto externas quanto internas.

Influência nos mercados emergentes

A desaceleração do dólar no exterior nos últimos meses, especialmente após indicações de uma possível redução das taxas pelo Federal Reserve (Fed), tem direcionado os recursos dos agentes de mercado para outras economias, como a brasileira. Esse movimento, apesar dos riscos, tende a oferecer retornos mais atrativos.

Possíveis cenários de 2024

As projeções para o próximo ano incluem uma expectativa de continuidade desse movimento cambial, contudo, há incertezas associadas ao cenário internacional, como possíveis cortes de juros nos Estados Unidos e na Europa. Essas variáveis são essenciais para entender a direção do câmbio no próximo período.

A composição do Banco Central, com seu presidente e diretores, assume um papel crucial nesse cenário. O Comitê de Política Monetária (Copom), formado pelo presidente do BC e mais oito diretores, tem mantido uma postura cautelosa em relação ao cenário econômico, reiterando a atual trajetória de cortes da taxa Selic. Essa abordagem tem impacto direto na percepção do mercado sobre os diferenciais de juros entre o Brasil e os Estados Unidos, influenciando, por conseguinte, a valorização do real frente ao dólar.


Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: reprodução/Agência Brasil)


Impacto interno

A melhoria nas contas externas, destacada pelo superávit na balança comercial brasileira, também tem contribuído para a estabilização do câmbio. Contudo, os riscos fiscais domésticos e a perspectiva de uma Selic em declínio podem limitar a baixa do dólar no futuro, permanecendo como desafios a serem observados.

A expectativa para 2024 é cercada de otimismo, embora haja variáveis locais e globais que possam influenciar a trajetória do câmbio. Especialistas destacam que o cenário continuará a ser moldado por fatores econômicos internos e pela dinâmica internacional, tornando crucial o acompanhamento desses elementos para entender o rumo do mercado cambial nos próximos meses.

 

Foto destaque: Existem expectativas do dólar desvalorizar mais ainda em 2024 (Reprodução/AFP/Arquivo)

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