Conquistar aportes e a confiança dos investidores agora exige mais das startups. No período dos últimos três anos, quem aportar seu capital no mercado financeiro internacional tem feito uma seleção mais criteriosa de onde vai colocar seu dinheiro para girar. “Em 2021, os investidores compravam qualquer história de crescimento, mas agora isso já não é mais suficiente”, disse Jordi Romero, Executivo da Factorial, startup da Espanha que fez uma captação de US$ 120 milhões, da “series C”.
A terceira geralmente é a última captação de recursos em uma startup que está financiando sua evolução. Já as “series” A e B são realizadas nos processos iniciais, é quando o investimento possui muito mais riscos. Na “series C”, a companhia ja tem cacife para conseguir aporte para se lançar globalmente.
Tudo estava planejado na Factorial desde o primeiro semestre, captar recursos era a meta, principalmente após a aceleração da inflação mundial que traria juros altos e dificultaria as coisas no mercado para os empreendedores. Para Jordi, o movimento era dar mais força ao caixa para conseguir passar o período que era previsto como mais conturbado no mercado financeiro.
Nada na vida é fácil, mesmo sendo a Factorial uma startup já bem relacionada no mercado. “Contamos com a participação de todos os investidores que haviam atuado nas séries anteriores”, afirmou Jordi. No grupo tinha o GIC, fundo soberano de Cingapura, CRV, Tiger Global, K-Fund e Creandum. Outra presença forte foi a do grupo Atomico. Lucas Eisenstecken, um dos sócios, se juntou ao Conselho da startup.
Time da Factorial em ação melhorando o processo de RH através da digitalização. (Foto: Reprodução/Eu-Startups)
A percepção do CEO é que o mercado ficou bem mais cauteloso. “Antes bastava contar uma boa história de crescimento e a empresa encontrava investidores interessados”, analisa Jordi. “Agora é preciso apresentar tambem números que mostrem rentabilidade, escalabilidade e sustentabilidade do negócio”, conclui.
O valor captado tem destino certo, ampliar os negócios no México, Estados Unidos, e expandir em cinco países da Europa além do país espanhol. A startup tem planos de expansão das operações no Brasil. “Estamos contratando pessoas para nosso escritório em São Paulo”, disse Romero.
RH Digitalizado
Junto com outros dois sócios, Romero fundou a Factorial no ano de 2016 em Barcelona. A startup faz a operação de uma plataforma que centraliza o processo de RH para companhias de médio e pequeno porte (PME). O executivo afirma que a operação promove um salto de qualidade dentro dessas empresas. “Há 10 ou 15 anos, os dados que as empresas tinham não ficavam disponíveis em tempo real, a maioria das informações essenciais para a gestão das companhias, especialmente as de pequeno porte, só existia no papel.”, afirma o CEO. Na prática esse RH digitalizado contribuiu para melhorar o processo.
Na visão de Jordi, essa digitalização dos processos os torna mais produtivos e lucrativos. No casting atual a Factorial tem 7 mil empresas consumindo seus serviços e tem uma captalização de US$ 1 bilhão antes do IPO, dando a startup o status de unicórnio.
Foto destaque: Reprodução/Marketing4ecommerce