Imóveis em 2023: decisões inteligentes em um mercado flutuante

Dione Silva Por Dione Silva
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No ano de 2020, especialistas enfatizaram a propícia conjuntura para concretizar o objetivo de adquirir uma residência própria. Isso se ancorava no fato de que a taxa de referência para juros (Selic) atingira sua histórica mínima de 2% ao ano, conferindo maior acessibilidade ao financiamento imobiliário. Porém, a taxa Selic agora situa-se em 13,25% ao ano. As mais recentes projeções do Relatório Focus apontam para uma redução até 11,75% em dezembro, embora tal patamar ainda seja considerado relativamente elevado.


Momentos cruciais ao se preparar para adquirir uma propriedade (FOTO:reprodução/dicas.imovelemvilavelha.com.br)


A perspectiva de um retorno da Selic aos 2% ao ano não figura nos prognósticos dos especialistas. Não obstante, Antônio Sanches, analista da Rico, antevê que entre o final de 2024 e o início de 2025, a aquisição de imóveis se tornará atrativa. Conforme a última edição do Relatório Focus, liberada em 14 de agosto, a previsão é de que a taxa Selic alcance 8,50% ao ano até dezembro de 2025. “Se você busca opções de financiamento com taxas mais baixas, pode ser sensato aguardar até esse período”, sugere Sanches. 

No cenário atual, ele salienta que não é o momento ideal para se comprometer com um financiamento. Sanches esclarece que, mesmo que a taxa de juros para empréstimos imobiliários seja uma das mais baixas, são necessários, em média, seis meses para que ela reflita as variações na Selic. Atualmente, a média das taxas de financiamento habitacional para indivíduos orbita cerca de 11,5% ao ano, atingindo o patamar mais elevado desde 2015. 

É vantajoso alugar? 

Nessa situação, a opção de alugar uma propriedade se torna mais viável. No entanto, é importante notar que a procura por aluguel de residências aumentou, resultando também em incrementos nos valores dos aluguéis. O índice FipeZAP+, que avaliou os preços de aluguel em 25 cidades brasileiras, indicou um aumento de 1,35% nos aluguéis residenciais em julho. Ao considerar os últimos 12 meses até o mês passado, o índice de Aluguel Residencial registrou um aumento nominal de 16,27%, substancialmente superior à variação de 3,99% do IPCA e à deflação (queda de preços) de 7,72% do IGP-M, conhecido como índice de “inflação do aluguel”, utilizado para ajustar a maioria dos contratos.  

Considerações antes da compra 

Há outros fatores cruciais a serem considerados por aqueles que almejam realizar o sonho da casa própria ainda este ano: 

1-Custo Total: É imperativo estar atento a todas as tarifas, taxas, tributos e seguros envolvidos na operação de crédito. 

2-Taxa de juros prefixada ou pós-fixada. Na taxa de juros prefixada, é possível determinar exatamente o montante dos juros a serem pagos ao final do contrato. Por outro lado, na taxa pós-fixada, tal quantia dependerá de um indexador, ou seja, os juros variarão na mesma proporção desse índice, como CDI ou IPCA. 

3-Tabela de amortização: A escolha entre o sistema Price (parcelas uniformes do início ao fim) ou o SAC (parcelas decrescentes). 

4-Valor da propriedade: O potencial de valorização é um fator crucial, pois influenciará diretamente no patrimônio futuro. 

5-Momento propício para a compra: O mercado imobiliário está sujeito a flutuações econômicas. Quando a economia prospera, o mercado cresce. Entretanto, os ciclos de expansão e contração da economia também afetam o emprego, o poder de compra real, o rendimento dos investimentos e o custo de vida. O Brasil já presenciou sete planos econômicos e dez moedas diferentes antes do real. Algumas previsões sobre o comportamento do mercado imobiliário podem divergir da realidade e atender mais aos interesses dos vendedores. Por conseguinte, é vital tomar precauções antes de decidir adquirir uma propriedade.

Foto destaque: ciclos econômicos e escolhas imobiliárias com sabedoria em meio à flexibilidade. Reprodução/Capitalizo

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