O economista e empresário Jorge Paulo Lemann, indivíduo mais rico do Brasil na atualidade, perdeu US$ 329 milhões, o equivalente a R$ 1,68 bilhão, de sua fortuna de US$ 16 bilhões nesta quinta-feira (12), devido a forte queda das ações da Americanas no último pregão da bolsa.
Ontem, os papéis da varejista despencaram 77% após a renúncia de Sérgio Rial da presidência apenas 10 dias depois de assumir o cargo. Omotivo foi a descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões nos balanços da companhia.
Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, os segundo e terceiro homens mais ricos do país, também perderam uma quantia milionária pela mesma razão. Telles perdeu US$ 173 milhões de sua fortuna de US$ 10,8 bilhões, enquanto Sicupira teve uma queda de US$ 199 milhões, ficando com US$ 8,8 bilhões.
Os três são sócios na empresa de investimentos 3G Capital e, por meio dela, investem na Americanas e em outras empresas. Eles já foram controladores da varejista, mas abriram mão do posto na reorganização societária da empresa, que agora é controlada pela B2W.
Lojas Americanas (Foto: Reprodução/UOL)
As estimativas do mercado apontam que, juntos, o trio tem uma participação de cerca de 29% na Americanas. Isso explica a forte queda em seus patrimônios com a desvalorização das ações.
Apesar das baixas, Lemann e os outros membros do mercado afirmaram que vão continuar com suas posições na companhia, sem se desfazer dos papéis que possuem, pois acreditam no potencial da empresa em se reestruturar.
Na última quarta-feira (11), a Americanas disse que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões, nas primeiras estimativas. A empresa percebeu que o valor bilionário não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa.
O documento divulgado pela companhia afirma que a área contábil detectou “a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem (R$ 20 bilhões), nas quais a companhia é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta de fornecedores nas demonstrações financeiras”.
Segundo a Americanas, ainda não é possível determinar todos os impactos do rombo. Apesar disso, a empresa afirmou estimar que “o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial”. O rombo teria apenas um efeito contábil, e não financeiro. Caso fosse financeiro, haveria saída de dinheiro do caixa da companhia.
Foto destaque: Jorge Paulo Lemann. Reprodução/UOL