Nos Estados Unidos, a Netflix registrou um salto de assinaturas diárias depois de a plataforma iniciar sua nova política de repressão ao compartilhamento de senhas. Os dados são da empresa de pesquisa Antenna.
Os dados divulgados pela Antenna fizeram com que as ações da Netflix subissem cerca de 3%.
Em meio a um mercado saturado, de muita concorrência, e imerso em uma economia em decadência, a Netflix passou a controlar o compartilhamento de senhas das contas. Um revés, no mínimo polêmico, para uma empresa que há pouco tempo incentivava a prática através de sua conta no Twitter.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”en” dir=”ltr”>Love is sharing a password.</p>— Netflix (@netflix) <a href=”https://twitter.com/netflix/status/840276073040371712?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 10, 2017</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Twitter da Netflix de 2017. (Reprodução: twitter/@netflix)
A Antenna estimou que mais de 100 usuários compartilharam os dados de login com outras pessoas. Segundo as novas regras da Netflix, os usuários americanos podem compartilhar estes dados com membros que não morem em suas residências desde que paguem uma taxa adicional de US$8 ao mês, por usuário externo.
Num primeiro momento, a estratégia parece ter dado certo, isto porque a Netflix registrou quase 100 mil assinaturas diárias, de acordo com a Antenna.
A recente explosão de assinaturas diárias excedeu também os níveis observados durante o período de distanciamento social da pandemia nos Estados Unidos entre março e abril de 2020, segundo a empresa de pesquisas.
No Brasil, a Netflix anunciou que o valor cobrado para cada compartilhamento de conta terá um custo adicional de R$12,90.
A empresa deverá esclarecer para a justiça brasileira se a nova regra da Netflix irá infringir a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
“Somente com a comprovação das mudanças e a formalização das reclamações será possível avaliar se a nova forma de cobrança pelo acesso ou a tecnologia utilizada para controle têm amparo legal no Código de Defesa do Consumidor.”, esclareceu Rodrigo Tritapepe, diretor de Atendimento e Orientação do Procon de São Paulo.
A empresa de streaming já foi notificada pelos Procons de diversos estados: São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná. Com as notificações, a Netflix deverá pagar R$500 de multa por cada reclamação que os consumidores abrirem contra a empresa
Foto Destaque: Netflix. Reprodução (Reuters/Dado Ruvic)