O número de super-ricos ao redor do mundo aumentou drasticamente nos últimos anos, e o montante necessário para ser considerado um “ultrarrico” também subiu. De acordo com a revista Fortune, se antes um patrimônio de US$ 30 milhões (R$ 170 milhões) era suficiente para entrar nesse grupo seleto, agora especialistas sugerem que o valor mínimo pode chegar a US$ 100 milhões (R$ 567 milhões).
A nova régua para ser ultrarrico
Nos últimos sete anos, o número de indivíduos com patrimônio superior a US$ 30 milhões aumentou 28%, chegando a 220 mil pessoas em 2023, segundo dados da Capgemini, consultoria estratégica francesa. Esse aumento, alimentado pelo grande desempenho econômico dos Estados Unidos e pela alta nos mercados de ações, fez com que o parâmetro para ser considerado ultrarrico fosse ajustado.
Consultores financeiros mencionados pela Fortune apontam que, hoje, um patrimônio de US$ 30 milhões é apenas o início. Para David Gibson-Moore, presidente da consultoria Gulf Analytica, “os ultrarricos estão sendo medidos por novos padrões”, com muitos defendendo que o novo critério para o grupo seja de, pelo menos, US$ 50 milhões ou até US$ 100 milhões em ativos.
As diferenças entre ultrarricos e super-ricos
Além do aumento de fortunas, a classificação entre super-ricos e ultrarricos ganhou novas distinções. Segundo a Fortune, os ultrarricos, também conhecidos como UHNWI (ultra-high-net-worth individuals), são aqueles que possuem um patrimônio de pelo menos US$ 50 milhões. Já os HNWI (high-net-worth individuals), ou super-ricos, são os que possuem menos que isso, mas ainda conservam grandes fortunas.
A Fortune afirma que muitos dos novos ultrarricos vêm do setor de tecnologia, sendo empreendedores ou executivos que acumulam riquezas rapidamente. Diferente dos super-ricos, que focam na preservação de seu patrimônio, os ultrarricos visam expandi-lo ainda mais, se distanciando ainda mais da classe de milionários “comuns”.
Ministro da fazenda, Fernando Haddad, diz que o governo está estudando propostas para taxar os super-ricos (Foto:reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)
Taxação de super-ricos entra na pauta do governo brasileiro
Enquanto o número de ultrarricos cresce globalmente, no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discutem a implementação de uma taxação sobre as grandes fortunas. A proposta busca isentar da cobrança de Imposto de Renda, trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês. Atualmente, a isenção se aplica apenas a quem recebe até dois salários mínimos (R$ 2.824).
Haddad afirmou que a medida faz parte de uma tentativa de aproximar o Brasil dos padrões tributários da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O governo estuda vários cenários para enviar uma proposta sólida ao Congresso, sem pressa, mas com foco em uma maior justiça social. Lula também falou sobre a importância de cobrar mais de herdeiros e super-ricos, dizendo que “não se pode cobrar 25% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil e deixar os caras que recebem herança sem pagar.”
Essa crescente diferença entre os super-ricos e o resto da população tem gerado debates sobre como tornar o sistema tributário mais justo. Enquanto a riqueza de um pequeno grupo continua a aumentar, o governo tenta encontrar formas de aliviar a pressão sobre os trabalhadores e garantir que quem tem mais contribua de forma mais significativa.