O dólar voltou a subir significativamente em relação ao real. A moeda norte-americana avançou de R$ 5,67, registrados em 5 de novembro, para o valor recorde de R$ 6,09 nesta terça-feira (17), representando um aumento de 7,40% em apenas um mês. Desde que alcançou o marco inédito de R$ 6 no final de novembro, o dólar tem se mantido em alta, sem apresentar sinais de recuo.
A alta do dólar em relação ao real é resultado de uma combinação de fatores internos e externos que afetam a confiança no Brasil e no mercado global. No cenário interno, as incertezas políticas e fiscais têm grande influência. No cenário externo, as decisões do Banco Central dos Estados Unidos têm papel decisivo. O impacto dessas decisões ultrapassa as fronteiras dos EUA e influencia significativamente os mercados globais.
O dólar no sistema financeiro global
Disparada da cotação do dólar preocupa economia brasileira (Foto: reprodução/
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O dólar é a principal moeda de reserva e meio de troca no comércio internacional. Ele é amplamente utilizado em transações globais, como o comércio de petróleo, commodities e contratos financeiros. Qualquer mudança nas condições econômicas ou na política monetária dos EUA afeta diretamente a oferta, a demanda e a valorização do dólar, refletindo no câmbio de outras moedas, como o real.
Mudança no cenário
Em 2023, o dólar teve uma queda acumulada de 8,06% ao longo do ano, marcando um início positivo para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse cenário foi impulsionado pela introdução de uma nova regra de controle de gastos públicos e pela proposta de reforma tributária. A desvalorização do dólar desempenhou um papel crucial no controle da inflação e permitiu o início de um ciclo de redução das taxas de juros.
Já em 2024, a trajetória se reverteu. O dólar registra uma alta de 25,62% frente ao real, refletindo preocupações crescentes com a inflação e um ambiente de expectativas econômicas deterioradas. Como consequência, os juros no país mudaram de direção e estão em processo de elevação. Além disso, o arcabouço fiscal apresentado no ano anterior começou a enfrentar questionamentos, gerando incertezas no mercado.
O contexto desse cenário está diretamente ligado à agenda econômica de Trump, que priorizou um protecionismo vigoroso para a indústria nacional, incluindo o aumento de tarifas sobre produtos importados. A agenda de Trump incluiu cortes de impostos corporativos e incentivos para que empresas multinacionais repatriassem seus lucros para os Estados Unidos. Esses movimentos aumentaram a demanda por dólares, já que empresas precisavam converter lucros obtidos no exterior para moeda americana.