Estudo mostra desafios previdenciários crescentes para mulheres negras

Joshua Diniz Por Joshua Diniz
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Foto destaque: Mulheres negras são grupo com mais dificuldade em contribuir para Previdência (Reprodução/Tomaz Silva/Agência Brasil)

Houve uma piora nos dados no período entre 2016 e 2022, segundo a IPEA

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quinta-feira (15) revelou que, em 2022, 21,2% das mulheres negras no Brasil não tinham condições de contribuir para a Previdência, o que as coloca como o grupo mais vulnerável em termos de proteção previdenciária.

Esse cenário se intensificou bastante nos últimos 8 anos, e enquanto 21,2% delas não conseguem contribuir para a Previdência, apenas 6,8% dos homens brancos enfrentam a mesma situação. Esse aumento significativo na vulnerabilidade ocorreu entre 2016 e 2022, período em que a proteção previdenciária da população ocupada entre 16 e 59 anos também apresentou um declínio geral.

Aumento da desigualdade previdenciária

Além das dificuldades em contribuir para a Previdência, as mulheres negras enfrentam desafios adicionais no mercado de trabalho. Alguns dados da plataforma Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça mostram que, em 2022, as mulheres dedicavam em média 10 horas semanais a mais do que os homens em tarefas domésticas e de cuidado não remuneradas.


Previdência Social
Apenas 21% das mulheres negras ocupadas não conseguem contribuir para a Previdência (Foto: Reprodução/Previdência Social)

IPEA quer motivar mais debates

Segundo a IPEA, revelar esses dados ajuda a ampliar o debate sobre as desigualdades de gênero e raça que assolam o país. No mercado de trabalho remunerado, 52% das mulheres negras estavam ativas, em contraste com 54% das mulheres brancas. Já entre os homens, 75% dos negros e 74% dos brancos estavam empregados.

Em termos gerais, apenas 63% da população em idade ativa participava da força de trabalho, com os negros e negras sendo mais suscetíveis à serem subutilizados. Comparados aos brancos, eles enfrentam menos oportunidades de emprego, menores horas de trabalho e menos chances de crescimento profissional.

O Ipea destaca que os negros representam a maior parte dos mais de 23 milhões de brasileiros subutilizados no mercado de trabalho.

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Redator das editorias de Cinema/TV, Música, Celebridades e Tech, um fã apaixonado de cultura pop e estudante de comunicação social na UNISUAM. (Email: joshuagabrieldeabreudiniz@gmail.com)
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