EUA sugere uso de medicamentos para diabetes no tratamento da obesidade, impulsionando ações

Após o anúncio, fabricantes desses medicamentos tiveram suas ações impulsionadas na bolsa

Helene Ferreira Por Helene Ferreira
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Foto destaque: Ozempic fabricado pela Novo Nordisk (Reprodução/ NurPhoto / Colaborador/ Getty Images Embed)

O governo dos Estados Unidos sugeriu que medicamentos desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2 sejam agora também utilizados no combate à obesidade. Essa proposta inclui a ampliação do acesso a esses remédios através dos programas de saúde pública Medicare e Medicaid, que atendem milhões de americanos. A ideia é que, além de ajudar no controle do diabetes, esses medicamentos possam auxiliar no tratamento da obesidade, uma condição frequentemente associada ao aumento de risco de outras doenças.

O governo busca oferecer uma alternativa terapêutica mais acessível para pessoas com obesidade, especialmente aquelas de baixa renda. A medida tem o potencial de melhorar a saúde pública e reduzir custos associados a complicações de saúde derivadas da obesidade. A proposta também reflete uma abordagem mais integrada e preventiva no sistema de saúde americano, considerando o impacto crescente da obesidade no país.


Medicamento da marca Novo Nordisk adquirido em uma farmácia (Foto: reprodução/ Bloomberg / Colaborador/ Getty Images Embed)


Ações sobem

Após a proposta de Biden, a Novo Nordisk, uma das principais fabricantes desses medicamentos, viu suas ações subirem quase 3% durante o pico do dia na bolsa de Copenhague, fechando com uma valorização de 1,8%. Por outro lado, a Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, encerrou a sessão com uma alta de 4,54%.

Segundo comunicado da Casa Branca:

“Nos últimos anos, houve grandes avanços científicos no tratamento da obesidade, com a introdução de novos medicamentos que salvam vidas. Esses medicamentos contra a obesidade podem ajudar a prevenir o desenvolvimento do diabete tipo 2”.

Tratamentos mais acessíveis

Os tratamentos para obesidade, como os medicamentos propostos pelo governo dos EUA, são muito caros e se tornam inacessíveis para muitas pessoas. Sem cobertura de seguro, o custo desses remédios pode chegar a US$ 1 mil (R$ 5,8 mil) por mês. No entanto, caso as novas regras propostas sejam aprovadas, o programa Medicare, que atende cerca de 3,4 milhões de americanos, passaria a cobrir esses medicamentos. Com a aprovação, os custos diretos para os pacientes poderiam ser reduzidos em até 95%, tornando os tratamentos mais acessíveis para os beneficiários do programa. Isso representaria uma grande melhoria no acesso a medicamentos essenciais, especialmente para pessoas de baixa renda.

Comunicóloga, jornalista e estudante de Letras.