Nesta quinta-feira (18), em evento do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), executivos da Petrobras relataram que pretendem iniciar a construção de dois módulos para plataformas petrolíferas. Prevista para entrarem em funcionamento no início de 2029, ambas construções serão instaladas nos campos de Atapu e Sépia, estabelecidas na Bacia de Santos.
Denominadas P-84 e P-85, têm capacidade para fomentar em torno de 225 mil barris de petróleo por dia e podem representar a resposta da petroleira quanto à demanda naval.
Resposta da petrolífera pode ter relação com setor naval brasileiro
Jean Paul Prates, CEO da Petrobras, deu uma resposta aos jornalistas que o esperavam no evento que suscitou dúvidas quanto à verdadeira motivação por trás do levantamento das plataformas. Prates apontou a necessidade de estimular o comércio local sem deixar de ser competitivo.
Anteriormente, havia relatos de que a indústria naval estava pressionando à Petrobras para que fossem realizadas mudanças nos contratos de licitações das plataformas. Essa medida possibilitaria a construção das estruturas por parte de indústrias locais.
Jean Paul Prates em entrevista (Foto: reprodução/Tuane Fernandes/Getty Images Embed)
Apesar de pedaços e demais componentes serem construídos no Brasil, geralmente falta tecnologia e infraestrutura para montar uma unidade inteira. Com o custo elevado para produção no país, os contratantes apelam para indústria naval de outras regiões, como o caso da Ásia. Porém, há uma discussão com o governo brasileiro para melhorar este aspecto.
“Estamos discutindo neste momento ideias para apoiar o setor que levamos à Casa Civil e ao próprio presidente da República”, aponta Prates. Ainda neste primeiro semestre será lançado um programa de apoio ao setor naval.
Cargo de CEO da Petrobras está sendo visado pelo governo
A gestão de Jean Paul Prates foi questionada por membros da alta cúpula do governo. O motivo seria a distribuição de dividendos extraordinários da empresa, um valor pago aos acionistas com base nos lucros da empresa. Em março, este custo não foi repassado e refletiu no mercado.
Ainda que a posição do CEO seja duvidosa perante à esfera política, Prates se diz “tranquilo no cargo”.
De acordo com a fala do executivo no evento, cerca de 200 barcos de apoio serão contratados até 2028.