Trump ameaça impor tarifas de até 20% a países

O presidente Donald Trump declarou durante visita à Escócia, que os Estados Unidos poderão impor uma tarifa global entre 15% a 20% sobre importações feitas por países que não fecharem acordos comerciais com o país. A medida deve atingir até 200 países, em uma estratégia forçada do governo norte-americano para forçar negociações até o prazo […]

29 jul, 2025
Foto destaque: Trump ao lado de Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, na Escócia (reprodução/Christopher Furlong/Getty Images Embed)
Foto destaque: Trump ao lado de Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, na Escócia (reprodução/Christopher Furlong/Getty Images Embed)
Trump ameaça impor tarifas de até 20% a países

O presidente Donald Trump declarou durante visita à Escócia, que os Estados Unidos poderão impor uma tarifa global entre 15% a 20% sobre importações feitas por países que não fecharem acordos comerciais com o país. A medida deve atingir até 200 países, em uma estratégia forçada do governo norte-americano para forçar negociações até o prazo final, que é 1º de agosto.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28) durante coletiva de imprensa realizada em Turnberry, na Escócia. Trump fez esta declaração ao repórteres em seu resort de golfe, ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. Ainda em seu discurso, Trump afirmou que “só quer ser gentil” com relação às tarifas globais impostas e que logo enviará cartas informando cerca de 200 países sobre a taxa prevista para aqueles que não estabelecerem acordos comerciais com os EUA. 

Foi mencionado pelo presidente norte-americano que ele espera que a tarifa fique entre 15% a 20%, o que representa um aumento em relação a tarifa adicional de 10% aplicada em abril. Embora essa tarifa já tenha sido aplicada a potências como Japão e a União Europeia – esta última fechou um acordo com os EUA para que a tarifa seja estabelecida em 15% sobre exportações -, o Brasil ainda enfrenta uma situação diferente. O país ainda está sujeito ao tarifaço de 50% e segue em busca de negociações com Washington. 

Negociações com o mundo

Os Estados Unidos já fecharam acordos com parceiros-chaves como Japão e União Europeia, com tarifas estabelecidas em torno de 15% para produtos exportados ao país, após uma intensa e longa negociação. A negociação com a União Europeia foi essencial para os EUA, para que se evitasse uma guerra comercial entre os países do bloco e eles. Esse possível embate iria afetar duramente a economia global, já que a União Europeia reúne algumas das maiores potências mundiais. O pacto inclui um compromisso de compra de US$ 750 bilhões em energia e US$ 600 bilhões em investimentos nos EUA.


Donald Trump e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia em reunião na Escócia (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Paralelamente aos acordos fechados, os Estados Unidos retomaram as negociações com a China, sendo estabelecida uma trégua tarifária temporária até 12 de agosto, após Pequim e Washington realizarem um acordo preliminar. Entretanto, as negociações com a potência asiática são sensíveis devido ao embate econômico entre os dois países.

Negociação com o Brasil

Enquanto isso, o Brasil continua tentando uma possível negociação com o governo norte-americano. Contudo, o país continua sem resposta de Washington e está sob ameaça direta das tarifas que entram em vigor a partir de 1º de agosto. As razões para o tarifaço excedem os motivos somente econômicos, e entra na inadequada interferência política de Trump no caso do ex-presidente, Jair Bolsonaro. 

O governo brasileiro entrou com um recurso formal na OMC, e na quarta-feira passada (23) realizou um discurso no Conselho Geral da OMC. Foi reiterado na declaração que o Brasil condena o uso do tarifaço como meio de interferência em assuntos internos do país – fazendo referência direta a carta de Trump ao Brasil, onde o presidente norte-americano condenou o julgamento de Bolsonaro.

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