Trump eleva tarifas sobre produtos brasileiros e agronegócio prevê perdas bilionárias
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (30) uma nova tarifa de 40% sobre produtos brasileiros, elevando para 50% o total da taxação sobre exportações do país. O decreto, divulgado pela Casa Branca, entrará em vigor no dia 6 de agosto e atinge diretamente setores estratégicos do agronegócio nacional, como o de […]
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (30) uma nova tarifa de 40% sobre produtos brasileiros, elevando para 50% o total da taxação sobre exportações do país. O decreto, divulgado pela Casa Branca, entrará em vigor no dia 6 de agosto e atinge diretamente setores estratégicos do agronegócio nacional, como o de carnes e o cafeeiro.
Trump contra alguns países
Segundo o comunicado, a decisão busca “proteger a economia norte-americana” e se soma à série de medidas comerciais adotadas recentemente pelo governo Trump contra países com os quais mantém disputas políticas ou comerciais.
A nova tarifa, no entanto, não será aplicada a todos os produtos agrícolas brasileiros. Ficaram de fora itens como castanhas-do-Brasil com casca, polpa de laranja e suco de laranja congelado. De acordo com estimativa da CitrusBR (Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos), a exceção para o suco de laranja evita que o país perca até US$ 792 milhões por safra — cerca de R$ 4,3 bilhões — com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O setor florestal, que inclui madeira, papel e celulose, também não foi afetado pela nova taxação. Até o momento, representantes do segmento não se manifestaram publicamente sobre a decisão.
Café vai sofrer um prejuízo
Por outro lado, os impactos para carnes e café devem ser significativos. A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), que reúne empresas como JBS e Marfrig, estima perdas de aproximadamente US$ 1 bilhão com a medida. Já o setor cafeeiro pode sofrer um prejuízo de US$ 481 milhões, segundo projeção da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Fernando Haddad ministro da Fazendo (Foto: Reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg via Getty Images)
A imposição das tarifas aumenta a tensão comercial entre Brasília e Washington em um momento de instabilidade nas relações diplomáticas. Para analistas do setor, a medida deve forçar o Brasil a intensificar a busca por novos mercados compradores, com destaque para a China, que já é o principal parceiro comercial do país.
