Ataques de Israel à missão de paz da ONU no Líbano geram indignação internacional

Grandes potências europeias e o Conselho de Segurança da ONU condenaram os ataques, que deixaram cinco soldados da Unifil feridos, e pediram respeito às forças de paz

Raquel Cunha Por Raquel Cunha
3 min de leitura
Foto destaque: Ataque aéreo na vila de Khiam no sul do Líbano (Reprodução/AFP)

Os recentes ataques israelenses contra a missão de paz da ONU no Líbano, conhecidos como Unifil, provocaram uma onda de condenações internacionais. Pelo menos cinco soldados ficaram feridos na última semana, quando Israel bombardeou áreas sob controle da ONU, alegando que elas estavam sendo usadas pelo Hezbollah para atacar cidades israelenses. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, justificou os ataques afirmando que o grupo armado libanês utiliza as instalações da ONU como cobertura para suas operações.


Tropas israelenses no sul do Líbano próximo da fronteira (Foto: reprodução/Menahem KAHANA/AFP)

Em resposta, a União Europeia e países como Itália, França e Alemanha criticaram duramente a ação israelense, rejeitando as alegações de que as forças da ONU estariam obstruindo as operações militares contra o Hezbollah. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Sebastian Fischer, declarou que o bombardeio contra forças de paz “não é de forma alguma aceitável” e ressaltou que Israel deve direcionar suas operações contra alvos militares. Da mesma forma, em carta conjunta, os governos da Itália, Reino Unido, França e Alemanha exigiram que Israel e todas as partes envolvidas garantam a segurança das forças de paz da ONU.

ONU mantém tropas apesar de apelos

Apesar da escalada do conflito, o secretário-geral da ONU, António Guterres, confirmou que a Unifil continuará em suas posições no Líbano. Ele enfatizou que os ataques contra as forças de paz violam o direito internacional e podem ser considerados crimes de guerra. Guterres reforçou o compromisso da ONU com a missão de manutenção de paz, mesmo após apelos de Israel para que as forças da Unifil abandonem posições próximas à Linha Azul, a fronteira delimitada pela ONU entre Israel e Líbano.

Jean-Pierre Lacroix, chefe das forças de paz da ONU, reiterou que a decisão de manter as tropas foi confirmada por Guterres e que a Unifil continuará desempenhando seu papel, que inclui monitorar a fronteira e apoiar a implementação de uma resolução do Conselho de Segurança de 2006, que exige o desarmamento do Hezbollah e a presença do exército libanês no sul do país.

Conselho de Segurança expressa preocupação

O Conselho de Segurança da ONU também manifestou forte preocupação com a crescente violência na região. Em declaração oficial, o conselho reafirmou seu apoio ao papel da Unifil na segurança regional e pediu a todas as partes que respeitem a segurança das forças de paz e das instalações da ONU. Além disso, os membros expressaram preocupação com as vítimas civis e a destruição de infraestrutura, pedindo o respeito ao direito humanitário internacional e a proteção dos civis.

Sair da versão mobile