Nesta segunda-feira (25) de novembro, surgiram detalhes de um áudio atribuído ao general da reserva Mário Fernandes, no qual ele discutiu com Mauro Cid, ex- ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, um plano para realizar um golpe de Estado antes da diplomação de Lula, em 12 de dezembro de 2022. Em conversa, Cid diz que Bolsonaro tem personalidade de esperar apoio antes de agir.
Plano foi batizado como “Punhal Verde Amarelo”
O áudio faz parte do relatório da “Operação Contragolpe”, conduzida pela Polícia Federal. Durante a investigação, descobriu-se a elaboração de um plano chamado “Punhal Verde e Amarelo“, que supostamente incluía medidas extremas, como o sequestro e atentado contra a vida de figuras como Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Este documento teria sido produzido dentro do Palácio do Planalto e levado ao Palácio da Alvorada.
Em áudio vazado, tenente-coronel Mauro Cid, sinalizou que o suposto golpe teria que ser antes do dia 12, referindo-se à data da diplomação da chapa de Lula e Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e ainda disse: “Pode deixar, general, vou conversar com o presidente, mas ele tem essa personalidade as vezes né. Ele espera, espera, pra ver até onde vai, e o tempo está curto, não dá para esperar muito”. Mário Fernandes foi preso e indiciado na semana passada pela PF.
Divulgado mais de cinquenta áudios
A CNN, divulgou o conteúdo dos cinquenta e dois áudios da investigação, e no áudio, a pergunta que o general fez para ter resposta de Mauro Cid foi: “E Cid, o segundo ponto é o seguinte, eu estou tentando agir diretamente junto às forças, mas, pô, se tu pudesse pedir para o presidente ou para o gabinete do presidente atuar. Pô, a gente tem procurado orientar tanto o pessoal do agro como os caminhoneiros que estão lá em frente ao QG. E hoje chegou para a gente que parece que existe um mandado de busca e apreensão do TSE, não do Supremo, em relação aos caminhões que estão lá”, disse o general.
Segundo a PF, as mensagens seriam para a consumação do golpe. Lembrando que os dois, Mauro Cid e o general Mário Fernandes, foram indiciados na semana passada pela PF, por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.