O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o CEO da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, para uma reunião após Vieira anunciar, na segunda-feira (20) que o banco público lançará seu próprio sistema de apostas esportivas. Embora aprovada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, a medida indignou Lula, que considera incoerente uma instituição governamental lucrar em cima do vício e endividamento da própria população.
Presidente adota postura crítica frente ao setor
De fato, o anúncio de Carlos Vieira vai na contramão das políticas públicas que o governo tenta implementar. Desde 2023, Lula deixa claro suas críticas contra as apostas esportivas.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira (Foto: reprodução/EVARISTO SA/Getty Images Embed)
Espera-se, por exemplo, que, nos próximos dias, o líder do Executivo envie ao Legislativo uma proposta de aumento da taxação das bets (e também de outros segmentos, como fintechs e investimentos financeiros), numa reedição quase direta da MP 1303, cuja votação caducou no Congresso ainda no começo deste mês.
O novo texto difere do original por ser ainda mais ousado na taxação das casas de apostas. Se, hoje, o imposto sobre esse setor é de 12%, Lula objetiva aumentar para 24%. Na proposta original, a imposição seria de 18%.
Aversão a apostas marca terceiro governo
Além da MP 1303, levada ao Congresso em junho, Lula mostrou sua rejeição ao tema em outros momentos.
Em 2023, primeiro ano de seu terceiro governo, o presidente fixou uma taxa inédita ao setor, de 12%. Já em dezembro de 2024, o ex-metalúrgico implementou uma rigorosa inspeção das bets, impedindo a atuação de mais de 2.000 empresas que não seguiam as exigências governamentais.
“Tem muita gente se endividando, tem muita gente gastando o que não tem. E nós achamos que isso tem que ser tratado como uma questão de dependência. Ou seja, as pessoas são dependentes, as pessoas estão viciadas”, declarou Lula, um dia depois do banimento.
