Nesta segunda-feira (19), Antony Blinken, Secretário de Estado dos Estados Unidos, revelou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada por EUA, Catar e Egito. Agora, os esforços diplomáticos se voltam para o Hamas, em meio a um cenário de intensas negociações e tensões na região.
O Secretário de Estado dos Estados Unidos, intensificou nesta segunda-feira (19) a pressão sobre o grupo terrorista Hamas para que este aceite um acordo de cessar-fogo proposto pelos mediadores das conversas entre Israel e Hamas. Após reuniões em Tel Aviv com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Blinken anunciou que Israel aceitou a proposta de cessar-fogo apresentada na semana passada, mas o Hamas ainda não se pronunciou sobre os termos.
Blinken, que está em Tel Aviv desde domingo (18), afirmou que a nova proposta dos mediadores – EUA, Catar e Egito – “resolve as lacunas restantes” nas negociações e possibilita uma implementação rápida do cessar-fogo, desde que todas as partes estejam de acordo. Embora o conteúdo específico da proposta não tenha sido divulgado, os mediadores destacaram um tom de otimismo após as negociações realizadas na semana passada em Doha, no Catar.
Silêncio do Hamas
Entretanto, o Hamas permanece em silêncio quanto à nova oferta, aumentando as incertezas sobre a viabilidade de um acordo. O grupo já expressou dúvidas sobre a possibilidade de um entendimento com Israel, especialmente diante das divergências em relação à presença militar israelense em Gaza, à movimentação de palestinos no território e à troca de prisioneiros.
Para Blinken, este momento pode ser a última oportunidade para que os reféns ainda em poder do Hamas sejam libertos e para que o conflito na Faixa de Gaza seja encerrado. “Esperamos que o Hamas respalde a proposta de aproximação”, disse o secretário de Estado, acrescentando que um cessar-fogo agora pode ser crucial para o desfecho da guerra.
O governo israelense informou que o Hamas ainda mantém 111 reféns capturados durante o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início à atual guerra na Faixa de Gaza. Contudo, o Hamas já declarou que só aceitaria um cessar-fogo permanente, rejeitando um acordo temporário.
Negociação norte-americana segue
Enquanto as negociações são retomadas ainda nesta semana, com uma nova rodada de conversas prevista para acontecer em Doha, os conflitos em Gaza continuam. Nesta segunda-feira, as forças israelenses avançaram na região sul de Gaza, realizando operações na cidade de Khan Yunes. Em Tel Aviv, um ataque reivindicado pelo Hamas no domingo deixou uma pessoa ferida.
Ao final de seu encontro com Netanyahu, Blinken reiterou o compromisso de Israel em enviar uma delegação de alto nível para as negociações desta semana, seja em Doha ou no Egito, em busca de um acordo definitivo. O secretário de Estado dos EUA também estará presente nas próximas discussões, visando diminuir as diferenças entre as partes envolvidas.