O questionamento sobre “quem mandou matar Marielle e o motorista Anderson Gomes” está próxima de ser respondida, isso porque, em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Ronnie Lessa, acusado de ter puxado o gatilho da arma que matou a vereadora e seu motorista em 2018, entregou os mandantes e as circunstâncias para o assassinato.
Segundo pessoas que acompanham de perto a investigação mantida em sigilo pela Polícia Federal (PF), inicialmente, Ronnie Lessa não se mostrou interessado em colaborar com a investigação, no entanto, mudou de ideia quando Élcio de Queiroz o entregou como executor dos tiros que mataram Marielle e Anderson Gomes. A partir daí, Lessa decidiu que aceitaria participar de uma delação premiada que entregaria os mandantes e as circunstâncias para o crime.
A delação
O depoimento de Ronnie Lessa teve duração de cerca de duas horas em gravação feita em áudio e vídeo. Lessa confessou quem o teria contratado para executar Marielle Franco. Além disso, o ex- policial militar, acusado de ter disparado os tiros que mataram a vereadora e seu motorista, também teria delatado as possíveis motivações para a premeditação do assassinato.
Ronnie Lessa também confessou que teria participado de uma série de encontros com o mandante do crime, essas reuniões, segundo ele, teriam acontecido tanto antes quanto depois da execução de Marielle e Anderson Gomes, que ocorreu no dia 14 de março de 2018.
Dessa forma, a delação premiada de Lessa forneceu à PF uma série de indícios e provas que comprovam sua participação no assassinato, além de confessar, pela primeira vez desde o ínicio da investigação, o mandante e suas motivações para a encomenda do crime.
Delação homologada pelo STF por suspeita de mandatário parlamentar
Nesta segunda-feira (18), Ronnie Lessa participou de videoconferência para confirmar a homologação de sua delação premiada pelo STF, a chamada contou com a participação de um juiz que integra a equipe do ministro e relator do caso, Alexandre de Moraes.
O caso foi parar no STF por suspeita de envolvimento de parlamentar, integrante do Congresso Nacional, com a encomendação do crime. Dessa forma, caso confirmado a participação congressista no assassinato, a jurisdição passa a ser do Supremo
Na vídeoconferência, Lessa confirmou novamente seu depoimento, prestado à PF no ano passado, no qual confessou quem seria o mandante do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Dada a confirmação, o juiz que participou da videoconferência aprovou a delação premiada de Lessa pelo STF.