Caso Marielle Franco: Ronnie Lessa entrega o mandante do assassinato em delação premiada

Sofia Souza Por Sofia Souza
3 min de leitura
Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram executados no dia 14 de março de 2018, em uma avenida no centro do Rio de Janeiro (Foto: reprodução/Canal Brasil)

O questionamento sobre “quem mandou matar Marielle e o motorista Anderson Gomes” está próxima de ser respondida, isso porque, em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Ronnie Lessa, acusado de ter puxado o gatilho da arma que matou a vereadora e seu motorista em 2018, entregou os mandantes e as circunstâncias para o assassinato. 

Segundo pessoas que acompanham de perto a investigação mantida em sigilo pela Polícia Federal (PF), inicialmente,  Ronnie Lessa  não se mostrou interessado em colaborar com a investigação, no entanto, mudou de ideia quando Élcio de Queiroz o entregou como executor dos tiros que mataram Marielle e Anderson Gomes. A partir daí, Lessa decidiu que aceitaria participar de uma delação premiada que entregaria os mandantes e as circunstâncias para o crime. 


Em 2019, Ronnie Lessa foi preso por participação na execução de Marielle Franco e Anderson Gomes. (Foto: Reprodução/Jornal Nacional)

A delação 

O depoimento de Ronnie Lessa teve duração de cerca de duas horas em gravação feita em áudio e vídeo. Lessa  confessou quem o teria contratado para executar  Marielle Franco. Além disso, o ex- policial militar,  acusado de ter disparado os tiros que mataram a vereadora e seu motorista, também teria delatado as possíveis motivações para a premeditação do assassinato. 

Ronnie Lessa também confessou que teria participado de uma série de encontros com o mandante do crime, essas reuniões, segundo ele, teriam acontecido tanto antes quanto depois da execução de Marielle e Anderson Gomes, que ocorreu no dia 14 de março de 2018. 

Dessa forma, a delação premiada de Lessa forneceu à PF uma série de indícios e provas que comprovam sua participação no assassinato, além de confessar, pela primeira vez desde o ínicio da investigação, o mandante e suas motivações para a encomenda do crime. 

Delação homologada pelo STF por suspeita de mandatário parlamentar 

Nesta segunda-feira (18), Ronnie Lessa participou de videoconferência para confirmar a homologação de sua delação premiada pelo STF, a chamada contou com a participação de um juiz que integra a  equipe do ministro e relator do caso, Alexandre de Moraes. 

O caso foi parar no STF por suspeita de envolvimento de parlamentar,  integrante do Congresso Nacional, com a encomendação do crime. Dessa forma, caso confirmado a participação congressista no assassinato,  a jurisdição passa a ser do Supremo 

Na vídeoconferência, Lessa confirmou novamente seu depoimento, prestado à PF no ano passado, no qual  confessou quem seria o mandante do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Dada a confirmação, o juiz que participou da videoconferência aprovou a delação premiada de Lessa pelo STF.

Deixe um comentário

Deixe um comentário