Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, foi eleita pela revista Time uma das 12 mulheres do ano de 2023. Anielle é irmã da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, que foi morta em 2018 em uma emboscada trágica.
A Time publicou seu perfil da seguinte forma “a ministra da Igualdade Racial do Brasil nunca planejou entrar na política”. “Então sua irmã foi assassinada”, destacou. A revista também descreveu: “A trágica história familiar, a personalidade calorosa e o uso hábil das mídias sociais transformaram Anielle, ora reservada, em uma líder improvável no movimento pelos direitos dos negros no Brasil”. A lista também possui nomes como Cate Blanchett, Angela Bassett, Ramla Ali, Megan Rapinoe, Ayisha Siddiqa entre outras.
A ministra afirmou em entrevista à GloboNews que jamais esperava a homenagem. “A gente sabe que tem feito um trabalho muito árduo. A minha vida literalmente mudou muito desde 2018. Eu saindo da sala de aula, acontece tanta coisa negativa… mas também a gente recebeu carinho de tanta gente”, contou ela. “Tem sido um trabalho incansável, feito com afeto, com muito caráter e valor para manter a memória da Mari viva e chegar aonde estamos chegando hoje”.
“Eu acho que é dar orgulho para minha mãe, para as minhas tias lá no Nordeste, para a minha avó. Eu sempre imagino que ela poderia estar nesse lugar aqui, mas eu também entendo o nosso valor e o quanto que a gente tem trabalhado”, completou.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Muito orgulhosa e emocionada em ter sido a primeira e única brasileira indicada como "Mulher do Ano" entre as doze escolhidas pela revista norte-americana Time. Estou muito feliz e não chego sozinha, esse reconhecimento não é só meu, é de todas as mulheres negras do Brasil. <a href=”https://t.co/gjwtxBrEbo”>pic.twitter.com/gjwtxBrEbo</a></p>— Anielle Franco (@aniellefranco) <a href=”https://twitter.com/aniellefranco/status/1631295111983243265?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 2, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Anielle Fraco. (Foto: Reprodução/Twitter)
Sobre a irmã e a mãe, Anielle se emocionou ao relembrar o ocorrido e a saudade que sente “faltam alguns dias para a gente completar cinco anos dessa tragédia, desse crime covarde que foi contra a Mari. Eu fico muito emocionada e feliz por tudo que ela investiu em mim e por toda a educação a que eu tive acesso”. “Para que eu pudesse chegar e estar nesse lugar, meus pais ralaram muito, a Mari também. Venderam sacolé, roupa e sapato nas feiras da Maré e em Vilar dos Teles, para que eu pudesse sempre galgar conhecimento”, concluiu a ministra.
Ainda sobre Anielle, a revista destacou que ela precisou assumir a frente na busca por justiça pela irmã e pelas causas que ela defendia, como a igualdade racial. Ela que hoje tem 38 anos, a mesma idade que Marielle Franco tinha quando foi assassinada, e hoje é a ministra da Igualdade Racial do governo Lula, responsável por cobrar que o país dê chance a segmentos da população historicamente marginalizados. “Eu perdi o medo quando eles mataram a minha irmã. Agora eu luto por algo muito maior do que eu mesma” disse ela.
Anielle foi uma das fundadoras do Instituto Marielle Franco, em julho de 2018, poucos meses após perder sua irmã. A ONG produziu relatórios sobre a desigualdade na sociedade brasileira, principalmente em relação a mulheres negras.
Foto Destaque: Anielle Franco. Reprodução/Redes sociais
