Nesta terça-feira (28), a Associação Federal de Departamentos de Pesquisa e Informação sobre o Antissemitismo (RIAS), instituição que registra incidentes de antissemitismo em toda a Alemanha, divulgou um novo relatório no qual documenta quase mil casos de agressão contra judeus ocorridos no país após o ínicio da guerra entre Israel X Hamas, no último dia 7 de outubro.
O relatório identificou que, em média, ocorrem 29 casos por dia de antissemitimo na Alemanha. Entre as principais ocorrências registradas, estão pichações antissemitas, marcação de casas e instituições judaicas e ataques físicos brutais. Na madrugada do último dia 18 de outubro, uma sinagoga em Berlim foi alvo de um ataque incendiário.
Segundo análise do RIAS, a quantidade de incidentes é 320% maior em comparação ao mesmo período de 2022.
Confronto entre polícia alemã e manifestantes pró-Palestina. (Foto: Reprodução/TNN)
Para o RIAS, a desinformação é causa para o crescimento dos discursos antissemitas
A Associação Federal de Departamentos de Pesquisa e Informação sobre o Antissemitismo (RIAS) concluiu que a desinformação contribuiu para o aumento de disseminações de conteúdos antissemita, incluindo a volta de reuniões de grupos extremistas que propagam discursos anti-judeus.
O RIAS cita, por exemplo, os protestos pró-Palestina ocorridos em todo o mundo após relatos não confirmados de um suposto ataque do Exército israelense ao hospital Al-Ahli, na Faixa de Gaza, no último dia 17 de outubro.
“Os sucessos da propaganda do Hamas têm mais influência sobre o número e o curso das manifestações na Alemanha do que as ações do próprio Exército israelense”, disse Benjamin Steinitz, diretor administrativo do RIAS.
Israel não teria sido autor dos ataques contra o hospital Al-Ahli
Países ocidentais como Estados Unidos, Canadá e França afirmam que dados de inteligência apontam que Israel não foi responsável pelo ataque ao hospital Al-Ahli.
Neste domingo (26), a Human Rights Watch informou ter analisado indícios e concluiu que a explosão no local pode ter sido provocada por explosivos utilizados em foguetes do grupo terrorista Hamas. No entanto, a Organização afirmou que seria necessário aprofundar a investigação para determinar qual lado foi responsável pelo lançamento do suposto foguete.
Foto destaque: Bandeira de Israel é queimada em manifestação na Alemanha. Reprodução: AFP
