Nesta terça-feira (17), a Netflix demitiu mais de 150 funcionários, pouco tempo depois de divulgar o primeiro balanço trimestral de 2022. O número representa aproximadamente 2% do total orgânico da empresa nos Estados Unidos.
Em nota, a Netflix disse que as demissões atingem todos os departamentos e a causa é a necessidade de um corte de gastos, sem relação com o desempenho individual dos funcionários.
“Como explicamos [ao relatar os ganhos do primeiro trimestre], nossa desaceleração no crescimento da receita significa que também estamos tendo que desacelerar nosso crescimento de custos como empresa”, informou a empresa em comunicado.
“Infelizmente, estamos demitindo cerca de 150 funcionários hoje, a maioria dos Estados Unidos. Essas mudanças são impulsionadas principalmente pelas necessidades de negócios e não pelo desempenho individual, o que as torna especialmente difíceis, pois nenhum de nós quer dizer adeus a esses grandes colegas. Estamos trabalhando duro para apoiá-los nessa transição muito difícil”, conclui o documento.
A sede da empresa Netflix na Califórnia. (Foto: Reprodução/Reuters)
Além dos 150 funcionários em tempo integral que foram demitidos, a Netflix cortou 70 vagas de meio período em seu estúdio de animação e também eliminou algumas funções freelance em seu grupo de mídia social.
A onda de demissões na empresa ocorre depois do surpreendente balanço do primeiro trimestre deste ano. A plataforma registrou uma perda de 200 mil assinantes, sendo a primeira vez que perde usuários em mais de uma década .
No mesmo balanço, a Netflix registrou receitas de US$7,87 bilhões, sendo um valor menor ao que era esperado pelo mercado, de US$7,93 bilhões.
O que mais chamou a atenção dos acionistas foi a previsão de perda de 2 milhões de assinantes no segundo trimestre deste ano.
Todos esses fatores levaram à queda de US$54 bilhões em seu valor de mercado apenas no dia 20 de abril. Vale lembrar que, desde o início do ano, as ações da Netflix caíram em 68%.
Tentando buscar novas formas de se recuperar, a empresa está se esforçando para combater o compartilhamento de senha, pois, segundo ela, além dos seus mais de 200 milhões de assinantes, há cerca de 100 milhões de pessoas que acessam a Netflix por esse meio.
Além disso, o co-CEO da empresa, Reed Hastings, considerou a possibilidade de venda de espaços publicitários dentro da plataforma.
Foto destaque: Logomarca da Netflix. Reprodução/Portal GCmais.