Jair Bolsonaro encontrou-se com o presidente russo Vladimir Putin nesta quarta-feira (16), em Moscou. Em meio à crise ucraniana, os chefes de Estado, acompanhados por dois intérpretes, conversaram no Kremlin durante uma hora e meia, a qual incluiu discussões acerca da venda de fertilizantes para o agronegócio brasileiro, cooperações de defesa e tecnologia nuclear. Como esperado, não houveram menções diretas à crise ucraniana, a qual configura a maior tensão armamentícia desde a Guerra Fria.
O presidente brasileiro desembarcou no aeroporto de Moscou usando máscara de proteção contra o coronavírus, o que raramente é visto fazendo no Brasil, e se submeteu a cinco testes de covid, respeitando as exigências russas e do presidente Putin, o qual é conhecido pelo seu medo de pegar a doença. Com isso, Bolsonaro conseguiu sentar ao lado de Putin, ao contrário do presidente francês, Emmanuel Macron, e do chanceler alemão, Olaf Scholz, que se recusaram a fazer o teste. Segundo veículos internacionais, ambos teriam receio de ceder DNA ao governo russo. Como consequência, Scholz e Macron, sentaram-se em lados opostos de uma mesa de cinco metros ao encontrarem-se com o presidente russo, o que rendeu memes pelo mundo inteiro.
Jair Bolsonaro e Vladimir Putin durante encontro presidencial no Kremlin (Foto: Reprodução/Mikhail Klementyev/Sputnik)
A viagem presidencial teria dois objetivos principais: garantir o fornecimento de insumos de fertilizantes, o que preocupa o agronegócio brasileiro, em razão da escassez mundial do produto durante a pandemia, e tentar mostrar que Bolsonaro não está isolado no cenário internacional, colocando-se ao lado de Putin.
Além de destacar que o Brasil é uma grande potência no cenário do agronegócio, Bolsonaro afirmou que existem amplas possibilidades de ampliar negócios nas áreas de exploração de petróleo e gás. Atribuímos a grande prioridade a dinamização à aliança tecnológica entre o Brasil e a Rússia. “Sugeri trabalharmos juntos nas áreas de ponta, como nanotecnologia, biotecnologia, inteligência artificial, tecnologias de informação e telecomunicações, e pesquisas em saúde e oceano“, disse o presidente, manifestando seu desejo por aprofundar os diálogos em temas como a exploração de águas profundas e hidrogênio, e acrescentou que o Brasil tem interesse em pequenos reatores nucleares modulares.
Foto destaque: Jair Bolsonaro e Vladimir Putin durante encontro em Moscou. Reprodução/Mikhail Klimentyev/Sputnik
