Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e um grupo de pesquisa internacional, avançaram para o desenvolvimento de uma terapia para febre amarela.
Mesmo já existindo uma vacina eficaz, nem sempre a vacina em si é a resolução de todos os problemas. Grupos de risco como gestantes, idosos e pessoas com sistema imunológico debilitado não podem receber o imunizante vacinal, já com esse novo método, abrem-se novos horizontes para que esses grupos se previnam de forma igualitária ao restante da população.
Hoje em dia, o tratamento da febre amarela é vinculado à permanência de repouso, com grande reposição de líquidos quando indicado. Já em casos mais graves, é necessária a internação na UTI para possíveis reduções de complicações e risco de óbito.
O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A doença não é passada de pessoa a pessoa.
Esse novo método foi testado em animais, que demonstrou eficácia de anticorpos sintéticos contra a doença.
Hamster de laboratório (Foto: reprodução/Gutermberg Brito/Fiocruz)
Os primeiros testes foram realizados em hamster, que são considerados como modelos de teste para vários experimentos. Com o êxito dos testes nos roedores, outra etapa foi aplicada em macacos, que são afetados da mesma forma que os humanos.
Com o êxito atingido com os dois experimentos, todos os macacos foram colocados a prova e sobreviveram, não apresentando nenhum dano nos fígados (órgão que é altamente afetado pelo vírus).
“É um resultado muito importante porque demonstra que os anticorpos são eficazes num modelo altamente suscetível”, afirma a pesquisadora Myrna Bonaldo, chefe substituta do Laboratório de Medicina Experimental e Saúde do IOC, em comunicado.
Segundo a própria pesquisadora, o próximo passo é a fabricação de um lote para realização de testes em humanos.
“Se a eficácia for confirmada, será um tratamento muito importante para os casos de febre amarela grave, em que aproximadamente metade dos pacientes vai a óbito. Pode ser uma ferramenta terapêutica para salvar muitas pessoas”, completa Myrna.
Foto Destaque: Pesquisadora em atividade em laboratório. (Pedro Vilela/Getty Image)