De acordo com o Cenipa, 72% dos acidentes aéreos no Brasil desde 2021 não foram resolvidos

Pedro Léo Por Pedro Léo
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De acordo com dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), 72% dos 386 acidentes aéreos registrados no Brasil entre janeiro de 2021 e julho de 2023 ainda não tiveram perícia finalizada pela Força Aérea Brasileira – que corresponde a 278 do total. Os números foram obtidos pelo G1, em relatório obtido pela Lei de Acesso à Informação.

Dados obtidos

De acordo com o relatório, São Paulo é a cidade com mais acidentes aéreos, seguida por Mato Grosso em segundo e Minas Gerais em terceiro. Ainda é apontado que cerca de 136 pessoas foram mortas em acidentes, e os veículos mais comuns em acidentes são aviões, com mais de seis vezes o número de acidentes do segundo lugar, Helicópteros. E as causas mais comuns são falhas de motor, seguidas de perda de controle da aeronave e excursão em pista – quando o veículo acidentalmente sai da pista de decolagem ou aterrissagem.


Caixa-Preta de um avião, componente essencial para descobrir causas de uma queda. (Foto: reprodução/Thiago Vinholes)


Causas de uma demora

As investigações de acidentes são feitas para evitar novas ocorrências, identificando as causas e reforçando recomendações de segurança. De acordo com especialistas, o atraso nas perícias se dá na dificuldade em encontrar evidências, já que as vezes as naves são completamente destruídas no próprio acidente. Geralmente, as caixas-pretas são as que mais auxiliam para descobrir causas, mas não são todas as aeronaves que possuem uma. Por isso, não existe um tempo exato para acidentes serem resolvidos, com investigações às vezes durando bastante tempo. Além da dificuldade no próprio avião, às vezes as investigações requerem um estudo do ambiente que aconteceu o acidente, visto que pode ser fundamental para a sua queda.

Um exemplo de falta de caixa-preta é o acidente recente do piloto Garon Maia e de seu filho Francisco, de 11 anos, ocorrido no dia 30 de julho que causou a morte de ambos. O avião, por ser um bimotor de menor porte, não era obrigado a ter a caixa, o que pode prolongar a investigação.

Foto Destaque: Aviões no aeroporto de Congonhas. Reprodução/André Ribeiro/Estadão

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