O caso envolvendo a estudante mineira Jéssica Canedo, que denunciou ataques na internet antes de sua morte, revela um novo capítulo com as declarações do delegado Felipe Oliveira, da Polícia Civil de Araguari. Em entrevista, nesta quinta-feira (28), o delegado afirmou que, além das circunstâncias da morte, os autores de publicações ofensivas nas redes sociais também podem ser alvo de investigação nas próximas etapas do processo.
Impacto na saúde mental de Jéssica Canedo e responsabilidade das páginas divulgadoras de fake news
Choquei, site de fofocas, é o principal culpado pela disseminação de fake news contra Jéssica Canedo. (Foto: reprodução/Behance)
Felipe Oliveira destaca que, dependendo do teor dos comentários encontrados, a polícia pode solicitar a quebra do sigilo dos perfis para identificar os responsáveis pelos ataques. Comentários ofensivos à honra podem configurar crime, enquanto instigar o suicídio pode ser enquadrado no artigo 122 do Código Penal.
O delegado reforça que a investigação já comprovou que os ataques e a repercussão do caso afetaram a saúde mental da estudante, que já estava em tratamento psicológico. As páginas que divulgaram supostas conversas entre Jéssica e Whindersson não são alvo do inquérito atual, mas o delegado ressalta que podem responder judicialmente caso a família entre com uma ação penal privada, alegando crime contra a honra.
Em nota, o advogado da família de Jéssica, Ezequiel Souza, espera que aqueles que espalharam notícias falsas e possam ter contribuído para o suicídio sejam responsabilizados.
Apelo de Whindersson Nunes e proposta de nova lei
O humorista Whindersson Nunes lamentou a morte de Jéssica nas redes sociais e propôs a criação da Lei Jéssica Vitória para regulamentação de perfis nas redes sociais.
O caso, além de trazer à tona a tragédia da morte da estudante, coloca em destaque a responsabilidade nas interações virtuais e levanta questões sobre como lidar legalmente com o impacto dos ataques na saúde mental das vítimas.
A proposta de uma nova legislação por parte do influenciador Whindersson Nunes adiciona um elemento de debate sobre a regulamentação das redes sociais e a proteção dos usuários contra abusos online.
Foto destaque: Felipe Oliveira, policial de Araguari, afirmou que aqueles que promoveram, contra Jéssica Canedo (à direita), ataques nas redes sociais poderão enfrentar acusações criminais relacionadas à morte dela. (Reprodução/G1)