Na última sexta-feira (25), o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal terminou. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ouvido para esclarecer detalhes sobre uma conversa entre o ex-presidente e o hacker Walter Delgatti.
O último dia de depoimento
De acordo com o advogado de Mauro, o depoimento, que acabou por volta das 20h, durou 2 horas. Entretanto, o sistema em que são registradas as falas da Polícia Federal caiu, o que causou demora para que Cid saísse.
O tenente chegou à sede da PF, em Brasília, por volta das 14h, sem falar com a imprensa. Na chegada, o advogado de Cid relatou que não sabia a razão do interrogatório.
Esta é a primeira vez que o militar depõe à Polícia Federal depois de trocar de advogado pela terceira vez.
Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: reprodução/Alan Santos/PR)
A investigação
O depoimento está ligado ao inquérito que investiga as ações do hacker Walter Delgatti contra o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em declaração à CPMI do Congresso Nacional, que é responsável por investigar os ataques criminosos de 08 de janeiro, o hacker revelou que Bolsonaro o perguntou sobre fraude em urnas eletrônicas durante reunião no Palácio do Alvorada. Delgatti, que também é conhecido como “hacker da Vaza Jato”, está preso desde o dia 02 de agosto pela invasão ao CNJ.
A Polícia Federal procurava entender o motivo da reunião através do ex-ajudante de ordens do então presidente. Cid ajudava e acompanhava Jair em seus compromissos e também era responsável por sua agenda.
Desde maio, o militar está preso no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília por suspeita de relação com o esquema de fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS) de familiares e de Jair Bolsonaro. Ele também é investigado no caso de vendas das jóias sauditas do governo brasileiro no exterior.
Foto destaque: Mauro Cid. Reprodução/Bruno Spada/Câmara dos Deputados
