Educação antirracista são palavras-chave para psicóloga que comenta sobre o caso de racismo contra os filhos de Giovanna Ewbank

Diogo Nogueira Por Diogo Nogueira
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A reação de Giovanna Ewbank contra uma mulher que proferiu ofensas racistas ao seus filhos Titi e Bless, na avaliação da psicóloga e conselheira do CEERT (centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), Cida Bento, é importante, especialmente por ter vindo de uma pessoa branca. 

“É importante que a voz antirracista venha de pessoas brancas que tenham notoriedade, como a atriz”, afirmou, à CNN Rádio, no quadro CNN no Plural.

Ao mesmo tempo, ela ressaltou que isso acontece porque a mulher negra, quando passa por uma situação similar, fica numa posição solitária, pelo espaço que ocupa em uma sociedade estruturalmente racista.

“As crianças pequenas não entendem quando isso acontece, acham que há um problema com elas para os outros as tratarem dessa forma”, disse a psicóloga.

A especialista informa que há estudos que apontam as crianças pequenas influenciáveis a práticas racistas no cotidiano, também com a participação dos pais e adultos, os quais elas têm contato.

Ainda, segundo Cida, isso é refletido dentro da escola, por exemplo, quando uma criança branca não quer dar atenção a uma negra, ou não queria que a colega negra exercesse o papel de dona da casa em brincadeira.


A especialista em psicologia, Cida Bento, destaca que a eduação antirracista precisa atravessar o básico desde o período da infância (Foto: Reprodução/ Freepik)


“São os adultos que influenciam posicionamento de crianças brancas e negras, a educação antirracista é importante para crianças brancas, indígenas, negras, de maneira que elas possam se colocar numa posição de gostar do seu próprio corpo, professores e gestores públicos são fundamentais para isso”, explicou.

Cada vez mais é necessário o debate para ampliar a consciência das pessoas, argumentou a psicóloga.

A especialista lembra que, quando ela era criança, ficava incomodada com as referências de beleza que não eram semelhantes a ela.

“A beleza cultuada nos livros, como por exemplo a Branca de Neve, que era tratada como heroína, isso me fazia sentir feia”, contou.

Hoje em dia, Cida vê um caminho positivo a seguir por meio da relação professor-aluno, com livros didáticos, formação de professores, compra de brinquedos, quanto mais pluralidade e valorização de perfis. 

 

Foto Destaque: Psicóloga reforça importância da educação antirracista, após episódio doloroso para Giovanna Ewbank e Bruno Galiasso (Wilson Dias/Agência Brasil)

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