A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) denunciou ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de São Paulo, na última quinta-feira (13), fraudes que envolvem 579 beneficiários suspeitos de serem laranjas, 179 empresas de fachada e quase 35 mil pedidos de reembolso que, se somados, chegam a aproximadamente R$ 40 milhões.
Dentre as empresas filiadas à FenaSaúde, prejudicadas com a fraude, estão a a Bradesco Saúde, do Bradesco (BBDC4), Amil, Porto Saúde, da Porto (PSSA3) e a SulAmérica (SULA11), comprada pela Rede D’Or (RDOR3) em fevereiro.
A investigação realizada pelas empresas junto a entidade antifraude aponta que os criminosos criaram as empresas de fachada e nelas utilizavam beneficiários-laranjas e prestadores de serviços médicos falsos. Dessa forma, as solicitações de reembolso eram referentes a procedimentos que nem chegaram a ser realizados.
O advogado criminalista, Rodrigo Fragoso, responsável pelo caso, comentou que o que mais chama atenção nesse caso é o esquema de contratação fraudulenta. “A empresa contratante, as clínicas e os laboratórios, nenhum tem existência física, mas têm CNPJ ativo, a nota fiscal é válida, verdadeira, o que torna mais sofisticado o golpe. O usuário é laranja. Trata-se de uma operação estruturada, com característica de atuação de uma organização criminosa. Agora, o Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo vão fazer a parte deles, quebrando sigilos bancário e telefônico, busca e apreensão”, explicou ao jornal O Globo.
Já a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, comenta que “esse tipo de fraude prejudica a todos os clientes de planos de saúde, que são quem financiam todas as despesas assistenciais. Impacta na sustentabilidade do sistema de saúde, uma vez que as operadoras precisam estabelecer critérios cada vez mais rígidos para garantir a segurança do paciente”, afirmou.
Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde (Foto: Reprodução/JRS.digital)
Cerca de 14 grandes operadoras de saúde são representadas pela FenaSaúde no Brasil, que juntas, são responsáveis por 41% do mercado, o que equivale a 33 milhões de contratos. Além das empresas mencionadas que foram vítimas da fraude, outras empresas como OdontoPrev (ODPV3), Hapvida/NotreDame Intermédica (HAPV3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Itauseg Saúde integram o escopo de trabalho da organização.
Foto Destaque: Estetoscópio. Foto: Reprodução/IG Mail