A França acaba de implementar um projeto pioneiro que visa proibir a divulgação excessiva de imagens de crianças nas redes sociais. De acordo com a nova legislação, os pais precisam obter a permissão dos filhos menores de idade antes de compartilhar fotos deles online, e em casos extremos, os pais podem perder o controle dos direitos de imagem dos próprios filhos.
O projeto também destaca a preocupação com a exploração de imagens infantis nas plataformas digitais. Nesses casos, a renda obtida por meio do uso comercial das fotos de crianças deve ser depositada em uma conta que os jovens tenham acesso a partir dos 16 anos.
A primeira palavra, o primeiro sorriso, o primeiro abraço, as primeiras vezes. A chegada de um filho traz consigo momentos únicos e inesquecíveis, para muitos pais, registrar esses momentos através de fotos e vídeos é uma forma de eternizar essas memórias especiais. É comum que as famílias criem álbuns de fotos para acompanhar o desenvolvimento de seus filhos e compartilhar com entes queridos. No entanto, com a popularização das redes sociais, esses registros podem agora circular pelo mundo em questão de segundos.
Estudos alertam que a exposição pode prejudicar a integridade e privacidade das crianças, além de colocá-las em risco de bullying, comentários ofensivos e exploração sexual. Em média, cada criança de até 13 anos já possui cerca de 1.300 fotos circulando na internet, um fenômeno conhecido como “sharenting”, junção das palavras em inglês “to share” (compartilhar) e “parenting” (parentalidade).
Muitas vezes, essas fotos mostram não apenas o rosto da criança, mas também seu ambiente privado e informações pessoais, o que pode ser utilizado por pessoas mal intencionadas.
Foi analisando esses comportamentos dos pais que a blogueira Toyah Diebel lançou em 2019 o projeto #deinkindauchnicht, que significa “seu filho também não” em alemão. A iniciativa tem como objetivo conscientizar os pais sobre o conteúdo que compartilham nas redes sociais. A mensagem passada pelo projeto é simples, se o adulto não postaria uma foto própria em determinada situação, então não deveria fazer o mesmo com o filho. Dessa forma, incentiva os pais a pensarem duas vezes antes de postarem imagens que possam expor os filhos a riscos ou constrangimentos.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”de” dir=”ltr”>"Du kannst da nicht mitreden, du hast ja keine Kinder" Dafür hab ich <a href=”https://twitter.com/WillyWonkaW?ref_src=twsrc%5Etfw”>@WillyWonkaW</a> <a href=”https://twitter.com/hashtag/deinkindauchnicht?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw”>#deinkindauchnicht</a> <a href=”https://t.co/HsNxEXJHqA”>pic.twitter.com/HsNxEXJHqA</a></p>— Toyah Diebel (@toyahgurl) <a href=”https://twitter.com/toyahgurl/status/1110492448684470273?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 26, 2019</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Imagem referente ao projeto #deinkindauchnicht (Seu filho também não), lançado pela blogueira Toyah Diebel. (Foto:Reprodução/Twitter).
A nova legislação francesa é pioneira no mundo destaca a importância de educar e proteger as crianças contra os perigos da exposição online e pode servir como um alerta para outras nações em relação à necessidade de medidas mais rigorosas nessa área. Com a crescente presença das mídias sociais no cotidiano da sociedade, a proteção da privacidade e segurança das crianças deve ser uma prioridade para todos.
Foto destaque: mãe tirando foto com a filha. Foto: Reprodução/Freepik.