Vídeos divulgados pelo grupo extremista Hamas na internet durante o fim de semana mostram treinamento para invadir Israel. Além disso, mostram também os momentos da invasão e do assassinato de civis e a fria organização do ataque.
O ataque, aparentemente desordenado, foi na verdade planejado durante anos pelas forças extremistas que controlam a Faixa de Gaza. Em vídeos publicados online, é possível ver mapas com legenda colorida sobre o que se encontraria no caminho da invasão.
Foguete fabricado pelo Hamas sendo lançado no espaço aéreo (Foto: reprodução/Said Khatib/AFP)
Passo a passo
O porta-voz do Hamas afirmou que o grupo extremista passou dois anos em falsas negociações com Israel ao mesmo tempo em que treinava seus membros para o ataque. Imagens mostram que o grupo criou uma espécie de cidade cenográfica a poucos metros da fronteira, que simulava o que eles encontrariam durante a invasão.
Antes do ataque por vias terrestres, drones foram usados para inutilizar as torres de vigilância de Israel, que são uma das primeiras defesas do país. As torres, que possuem sensores e câmeras que previnem ataques externos, ficaram incapacitadas de identificar os atques do Hamas, o que facilitou a vida dos terroristas. Além disso, o Domo de Ferro também foi incapacitado de conter os foguetes fabricados pelos terroristas com a inutilização dos sensores.
Com o ataque cibernético pronto, o ataque terrestre teve início em quatro pontos distintos da fronteira entre Gaza e Israel, com membros do grupo palestino se movendo em caminhonetes e carros para invadir o território. Essa etapa, dividida em dois momentos, contou com mais de 1800 terroristas que já possuiam seus alvos pré-definidos. Todos os grupos invasores foram em direção à áreas residenciais, estradas e locais de mata, incluindo o local da rave onde 3 brasileiros morreram. Seu alvo era matar o máximo de pessoas possível, como visto no vídeo em que terroristas metralham banheiros químicos que foram usados como esconderijos pelas pessoas presentes na rave.
Membro da Frente Democrática de Libertação da Palestina treina em túnel subterrâneo (Foto: reprodução/Rahim Khatib/Getty Images/NurPhoto)
Novos embates
A mais recente preocupação dos combatentes israelenses é a entrada de novos atores no campo de batalha. Além de ter que lutar contra o Hamas na fronteira com a Faixa de Gaza, ao sul, e contra o Hezbollah na fronteira com o Líbano, ao norte, grupos como a Jihad islâmica e a Frente Democrática de Libertação da Palestina entram no conflito em defesa da soberania palestina.
Ainda há a possibilidade de diversos ataques pela retaguarda dos exércitos israelenses, uma vez que o Hamas e a FDLP se utilizam de túneis para deslocamento durante a guerra.
Foto destaque: Terroristas do Hamas se deslocam em direção à fronteira israelense no dia da primeira invasão. Reprodução/Said khatib/AFP