Em setembro deste ano o alerta para áreas de desmatamento na Amazônia foi o maior para um mês de setembro desde o início dessa série histórica em 2015. A plataforma de monitoramento chamada de Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), indica que foram aproximadamente 1.455 km² de alertas para o desmatamento em setembro, o que seria quase equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo, que tem 1.521km².
A área em alerta representa um crescimento de 47,7% em relação ao mesmo mês do ano passado e supera o recorde anterior que foi registrado em relação a 2019, registrando 1.454 km² de alertas de desmatamento.
Até o momento, em 2022, a área de alerta das áreas de desmate corresponde a 8.590 km², o que é 4,5% do total registrado até dezembro de 2021. O Observatório do Clima, por sua vez, estima que com os três meses restantes do ano, será possível igualar ou superar o recorde de 2019, quando os alertas foram em 9.178 km².
A plataforma de monitoramento dos alertas foi desenvolvida para dar suporte à fiscalização. Contudo, não pode ser compreendido como taxa mensal de desmatamento. É o projeto Prodes que desde 1988 fornece ao número oficial do Inpe que mede a taxa anual de desmatamento na Amazônia Legal.
“Bolsonaro foi, afinal, o presidente que até hoje se orgulha em dizer que desmontou a fiscalização ambiental e que não demarcou ‘nenhum centímetro’ de terra indígena“, pontua o Observatório do Clima.
Confira as principais conseqencias do desmatamento. (Vídeo: Reprodução/Estadão)
Vale ressaltar que os quatro últimos recordes de alertas de desmatamento ocorreram durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), gestão que é marcada pelo desmonte e aparelhamento de conselhos e órgãos de fiscalização, suspensão na cobrança da multa para desmatadores e congelamento do Fundo da Amazônia.
Foto Destaque: Desmatamento na Amazonia. Foto:Reprodução/Carta Capital