A Justiça de São Paulo decretou a falência da Itapemirim Transportes Aéreos, uma companhia aérea pertencente ao Grupo Itapemirim, que estava sem operações desde a véspera de Natal de 2021.
Foi emitida no dia 11 de julho pelo juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Essa determinação resultou na falência da divisão aérea do grupo e na nomeação de um administrador judicial para avaliar e lacrar os bens da empresa.
De acordo com o magistrado, a administração ficará a cargo da EXM Partners Assessoria Empresarial, que terá 180 dias para arrecadar e avaliar todos os bens da empresa. Nesse período, o administrador da massa falida terá a responsabilidade de colocar à venda todos os ativos da companhia aérea.
Os ministros Tarcísio Freitas e Marcos Pontes (da esq. para a direita) e o presidente Jair Bolsonaro em live — Foto: Reprodução/G1
Encerramento das operações em 2021
Em um comunicado, a empresa afirmou que essa suspensão era temporária e justificou-a como parte de uma “reestruturação interna” e da “necessidade de ajustes operacionais”.
Contudo, a companhia aérea vinha enfrentando uma série de problemas, incluindo atrasos no pagamento de salários e benefícios dos funcionários, além de dívidas com fornecedores e o cancelamento de voos em plena semana natalina.
Curiosamente, no mesmo ano, em abril de 2021, o proprietário do Grupo Itapemirim, Sidnei Piva, fundou uma empresa bilionária no exterior, atuando no segmento financeiro. Essa iniciativa ocorreu apenas um mês antes do lançamento da companhia aérea e levantou questionamentos sobre a gestão dos recursos e prioridades da empresa.
Esses eventos deixaram os clientes e funcionários da Ita Transportes Aéreos com preocupações e incertezas em relação ao futuro da empresa, enquanto a direção do Grupo Itapemirim adotava decisões que pareciam ter um impacto significativo no setor aéreo e outras atividades comerciais.
O lançamento da ITA
Apesar da Viação Itapemirim estar em processo de recuperação judicial, o Grupo Itapemirim decidiu lançar sua companhia aérea em maio de 2021. No ano anterior, em 2020, a empresa havia anunciado a contratação de aproximadamente 600 profissionais, incluindo pilotos, copilotos, técnicos de aeronave e comissários de bordo.
Mesmo com esses obstáculos, o Grupo Itapemirim persistiu com o lançamento da ITA, o que gerou expectativas e questionamentos sobre a viabilidade do empreendimento em meio a um contexto tão desafiador tanto para o setor de aviação quanto para a própria empresa-mãe, a Viação Itapemirim.
Foto Destaque: Aeronave da Itapemirim Transportes Aéreos (Foto: Reprodução/Itapemirim Transportes Aéreos/ Divulgação)