Na última quinta-feira (5), o Procurador Geral da Venezuela, Tarek William, informou que as autoridades venezuelanas emitiram um mandado de prisão contra Juan Guaidó, ex-presidente autoproclamado da Assembleia Nacional da Venezula e ex-líder da oposição ao governo de Nicolás Maduro. O Ministério Público da Venezuela também emitiu alerta vermelho à Interpol para a urgente captura do parlamentar.
Acusações contra Guaidó
Em 2019, Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela ao não aceitar a vitória de Nicolás Maduro, acusando-a de ser ilegítima. A partir daí, na tentativa de derrubar o governo de Maduro, a oposição formou um governo interino que cessou na virada do ano de 2022 para 2023. A oposição passa, então, a ser perseguida às vésperas das eleições presidenciais e seu governo interino é acusado em mais 25 investigações do Ministério Público que apuram a ocorrência de crimes como usurpação de funções, lavagem de dinheiro, terrorismo, tráficos de armas, traição e associação.
Juan Guaidó em uma conferência em Miami, no dia 27 de abril. (Foto: Reprodução/ Marco Bello/ Reuters)
O mandado de prisão e o alerta vermelho solicitado pelo Ministério Público venezuelano para a Interpol se deve em função das investigações da Cortes dos Estados Unidos, que alegam o uso ilegal de Guaidó aos recursos da PDVSA, petrolífera estatal da Venezuela, para pagar despesas pessoais e obrigá-la a aceitar termos de renegociação e financiamento de dívidas. Ainda de acordo com o Ministério Público venezuelano, estima-se que as atitudes do político causaram prejuízo de mais de US$ 19 bilhões à petrolífera.
Segundo Saab, o mandado de prisão emitido pelo órgão venezuelano se dá sob as acusações da prática de crimes como a traição à pátria, usurpação de funções, desvio e lavagem de dinheiro, branqueamento de capitais ou bens públicos, branqueamento de capitais e associação.
As investigações relativas ao governo interino da oposição terminaram em 129 prisões e 63 condenações até o momento.
Resposta de Guaidó
Ao tomar conhecimento de seu mandado de prisão, o opositor se pronunciou via X, antigo Twitter, em afronta ao governo de Maduro.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”es” dir=”ltr”>Esta noche en vivo por mis redes sociales respondo a las cobardes acusaciones de la Dictadura de Maduro.<br><br>Así funciona la máquina de promover mentiras de la dictadura: la POST-MENTIRA para lavar su propaganda y perseguir física y moralmente a la oposición venezolana:<br><br>1.… <a href=”https://t.co/CGSq0CNzjk”>https://t.co/CGSq0CNzjk</a></p>— Juan Guaidó (@jguaido) <a href=”https://twitter.com/jguaido/status/1710083370355511690?ref_src=twsrc%5Etfw”>October 6, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Via X, ex-Twitter, Juan Guaidó responde ao mandado de prisão recebido pelo Ministério Público da Venezuela. (Reprodução/ X/ @jguaido)
Em sua publicação, Guaidó declara: “Esta noite ao vivo nas minhas redes sociais respondo às acusações covardes da Ditadura de Maduro. É assim que funciona a máquina de promoção de mentiras da ditadura: o PÓS-MENTIRA para lavar sua propaganda e perseguir física e moralmente a oposição venezuelana“.
Após ameaças e expulsão da Colômbia, Juan Guaidó vive em Miami desde o dia 25 de abril, onde se mantém exilado.
Foto destaque: Líder da oposição Juan Guaidó em discurso na Assembleia Nacional da Venezuela no dia 23 de janeiro. Reprodução/ Gaby Oraa/ Reuters