O chefe do grupo militar que desafiou o governo Putin, Yevgeny Prigozhin, foi confirmado como uma das dez vítimas fatais de um voo que sofreu uma queda na região de Moscou nesta quarta-feira (23).
A aeronave fabricada pela Embraer, fazia um voo de Moscou a São Petesburgo, e nela havia sete passageiros e três funcionários. Rosaviatsia, agência estatal russa, publicou os nomes das pessoas que estavam no voo. De acordo com as autoridades russas, essas seriam as vítimas fatais.
- Yevgeny Prigozhin
- Dmitry Utkin
- Sergey Propustin
- Yevgeny Makaryan
- Aleksandr Totmin
- Valeriy Chekalov
- Nikolay Matuseev
- Aleksei Levshin (comandante)
- Rustam Karimov (copiloto)
- Kristina Raspopova (comissária de bordo)
No Telegram, o canal Grey Zone, que tem ligação com o Grupo Wagner, confirmou a morte de Prigozhin. Na mensagem publicada no grupo, ele é ovacionado como “herói da Rússia” e que sua morte é vista como o resultado de “ações praticadas por quem trai a Rússia”.
Yevgeny Prigozhin (Foto: Alexander Ermochenko/Divulgação:Reuters/ Reprodução:G1)
No entanto, alguns especialistas ainda pedem cautela sobre afirmações feitas em torno da morte do mercenário, uma vez que vários indivíduos trocaram de nome e passaram a se chamar Yevgeny Prigozhin, numa tentativa de blindar suas viagens e que não seria uma surpresa se ele aparecesse vivo em um novo vídeo na África, o que diz é o que diz o professor de relações internacionais Keir Giles.
Yevgeny Prigozhin
O oligarca russo de 62 anos, Yevgeny Prighozin, fundou o Grupo Wagner, que é formado por mercenários que são contratados para entrar em conflitos armados. Atualmente, o grupo lutava pelas causas russas no leste da Ucrânia e historicamente esteve envolvido no suporte de outras ações militares também de bandeira russa na África, principalmente no Sudão, Líbia, Moçambique e Síria. Essas ações militares ficaram conhecidas pela crueldade e várias violações aos direitos humanos. Sua parceria com o presidente Vladimir Putin chegou a levar ao em torno de 20 mil soldados na Ucrânia.
Motim do Grupo Wagner
Em junho deste ano, Prigozhin, liderou uma rebelião após afirmar que o exército de Moscou havia bombardeado suas bases militares e incitou a população a aderir aos protestos. Liderando seu grupo, ele marchou em direção à capital Russa, em uma operação de 24 horas que levou os mercenários a até pelo menos 400 quilômetros do destino planejado. O conflito terminou após uma mediação de Aleksandr Lukashenko, presidente da Bielorrússia.
Prigozhin em suas gravações mostrando atividades militares (Foto: AFP/ Reprodução: Exame)
Muito foi discutido que essa não seria uma revolta contra Putin propriamente dito, e sim contra comandantes das forças militares russas, uma vez que Prigozhin e Putin teriam uma relação de extrema confiança. Ao redor do mundo, ficava o questionamento de como o líder da Rússia reagiria, o ver seu governo passando por uma rebelião tão expressiva, que tomou forma de traição.
Foto destaque: acidente áereo que vitimou 10 pessoas, incluindo lider do grupo Wagner. (Foto: Ostorozhno Novosti/Divulgação:Reuters/ Reprodução: G1)