Nesta Quarta Feira (16), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou no Egito, durante a COP 27, a cúpula das Organizações das Nações Unidas (ONU), com o obejtivo de discutir os impactos das mudanças climáticas e as ações globais sobre a preservação do meio ambiente e à descarbonização.
Lula havia sido convidado a participar da COP 27 logo depois sua eleição em 30 de outubro de 2022. Um marco visto que seu rival vencido, o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não participou da última edição, a COP 26, na Dinamarca, em 2021.
O discurso começou as 12h15 (horário de Brasília) onde, entre os principais pontos discutidos, Lula disse que combaterá sem trégua o desmatamento, propondo uma aliança global contra a fome e cobrou de países ricos recursos para enfrentar a mudança climática.
“Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável. De um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes – e não apenas uma minoria privilegiada (…) O Brasil voltou.” – disse o presidente eleito.
Lula ainda pediu para que os países se unam para acabar com a divisão entre as nações mais ricas e mais pobres em prol de todos.
“O mundo de hoje não é o mesmo de 1945. É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto, hoje restrito a alguns poucos, para a efetiva promoção do equilíbrio e da paz”.
O presidente ainda disse que a luta contra o aquecimento global é “indissociável” da luta contra a pobreza. Afirmando que é sim possível explorar “com responsabilidade a extraordinária biodiversidade da Amazônia, para a produção de medicamentos e cosméticos, entre outros”.
“Vamos provar que é possível promover crescimento econômico e inclusão social tendo a natureza como aliada estratégica, e não mais como inimiga a ser abatida a golpes de tratores e motosserras”, disse Lula.
Abaixo segue o discurso na integra:
Discurso de Lula no COP27
Lula ainda prometeu em seu discurso que logo após sua posse,em 1º de janeiro de 2023, ele irá propor a realização da Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica, para que o Brasil, junto com outros países da América Latina como Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela para que possam discutir a promoção do desenvolvimento integrado da região de forma soberana.
Também teve espaço para dizer que o Brasil, país candidato para para sediar a COP 30, em 2025, no estado do Amazonas, para que as pessoas que “tanto defendem a Amazônia possam estar ali e ver a importância disso”.
“Seremos cada vez mais afirmativos diante do desafio de enfrentar a mudança do clima, alinhados com os compromissos acordados em Paris e orientados pela busca da descarbonização da economia global”, disse. Lula já havia anunciado a candidatura do país à sede da COP 30 pelas redes sociais.
“Enfatizo ainda que em 2024 o Brasil vai presidir o G-20. Estejam certos de que a agenda climática será uma das nossas prioridades”, completou o presidente.
Foto Destaque: Lula discursa no COP27. Reprodução/UOL