A posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 77 anos, terá, em 1° de janeiro de 2023, um recorde no número de líderes e chefes de Estado presentes na história do Brasil. O embaixador responsável pelo cerimonial do evento, Fernando Igreja, informou, em entrevista coletiva, nesta última quarta-feira (14), a lista com os líderes mundiais que estarão em Brasília para assistir à cerimônia do petista.
Até então, nesta quinta-feira (15), 17 nomes de chefes de Estado e outras autoridades foram confirmados na cerimônia de Lula. Entre os confirmados estão os presidentes da Alemanha, Angola, Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiné-Bissau, Paraguai, Portugal, Suriname, Timor Leste, Uruguai e Zimbábue e, também, o rei da Espanha. Apesar disso, o número de líderes presentes ainda pode aumentar.
Além dessas figuras, o vice-presidente do Panamá, os ministros de Relações Exteriores de Costa Rica, México, Palestina e Turquia e dezenas de altos funcionários de outros governos estrangeiros, participarão da posse do presidente eleito.
Lula e o presidente Emmanuel Macron, na residência oficial do chefe de Estado francês, o Palácio dos Elísios, em Paris (Reprodução/Valor Econômico)
Apesar da data da cerimônia estar se aproximando, ainda não se sabe quem será o representante dos Estados Unidos (EUA) no dia da posse. A equipe próxima a Lula tem a expectativa que Kamala Harris, que é a vice-presidente, ou Anthony Blinken, o secretário de Estado do país, sejam enviados ao Brasil pelo presidente norte-americano Joe Biden.
O embaixador brasileiro contou que ainda não há confirmação por parte da embaixada dos Estados Unidos de qual será a representação desse governo na posse de Lula. Uma fonte do portal de notícias “Fórum” declarou, por outro lado, que a China enviará um representante do governo de Xi Jinping – e que há possibilidade, até mesmo, do vice-presidente Wang Qishan, ser o escolhido para a tarefa.
Lula posa para foto oficial com os líderes do G-8, G-5 e Egito durante encontro na Itália em julho de 2009 (Reprodução/ Rede Brasil Atual)
Igreja declarou ainda que Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, foi convidado para a cerimônia, apesar de ter restrições para a entrada no Brasil desde 2019. “O presidente Maduro, da Venezuela, foi contatado, está sendo informado mas, sobre a situação de entrada, ele teria que entrar antes do dia primeiro. Até lá, há um impedimento para a entrada do presidente e de outras autoridades da Venezuela”, detalhou ele.
No ano de 2019, o ex-ministro Sergio Moro e o atual Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), cortaram relações diplomáticas com o governo do venezuelano, além de terem reconhecido o autoproclamado Juan Guaidó como representante do povo. Segundo a portaria assinada pelo ex-ministro, junto ao ex-chanceler Ernesto Araújo, a vinda de altos funcionários da Venezuela ao país estaria contrariando a Constituição.
O futuro ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira disse que Lula havia instruído para que a relação com a Venezuela fosse restabelecida. De acordo com a recomendação, seria enviado, inicialmente, um encarregado de negócios para a reabertura dos prédios brasileiros e da embaixada no país.
Vieira disse, quando questionado se o governo voltará a reconhecer Maduro como presidente do país, que a embaixada “ajuda o governo que está, o governo que foi eleito; é o governo do Maduro”.
Foto destaque: Lula com a bandeira do Brasil. Reprodução/Site oficial do PT