Mais de mil se tornam réus por participação em atos antidemocráticos do 8 de janeiro

Welyson Lima Por Welyson Lima
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Mais 250 pessoas denunciadas por terem participado nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro se tornaram réus no Supremo Tribunal Federal (STF). Com o julgamento, que acontece nesta segunda-feira (22), subirá para 1.045 o total de réus que se envolveram nos atos golpistas. O julgamento está acontecendo no plenário virtual da Corte e tem previsão de término às 23h59.

Essa é a quinta remessa de denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os casos que estão em julgamento são referentes aos alvos presos no acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, na manhã de 9 de janeiro, isto é, um dia após a invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, por militantes bolsonaristas e simpatizantes da extrema-direita.


Manifestantes invadem Congresso Nacional em Brasília. (Reprodução: Pixabay)


Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin acompanharam o voto do ministro Alexandre de Moraes, que é relator do caso, e votaram por transformar os denunciados em réus. Somente o ministro Kassio Nunes Marques divergiu, votando pela rejeição das denúncias. As denúncias passam por análise em dois processos. Um trata dos incitadores e autores da manifestação golpista, já o outro processo diz respeito aos executores dos atos de vandalismo. O grupo que estava acampado em frente ao QZ pertence ao primeiro grupo.

O sexto bloco de denúncias, que avaliará o caso de 131 pessoas, deve começar a ser julgado a partir de amanhã. Os ministros deverão votar no plenário virtual até 23h59 de 29 de maio. Na próxima remessa, deverão ser também analisados os “autores intelectuais” do ato golpista, assim como as pessoas que instigaram os atos.

A acusação é de incitação ao crime e associação criminosa. Até agora, a Procuradoria Geral da União (PGR) já denunciou 1.390 pessoas envolvidas nos atos golpistas. 230 participantes no núcleo de executores, 1.150 no núcleo dos incitadores e uma pessoa no núcleo que faz investigação referente à omissão de agentes públicos sobre o ato do 8 de janeiro.

Ato golpista de 8 de janeiro: entenda o caso

Em 8 de janeiro, centenas de pessoas apoiadoras do ex-presidente, Bolsonaro, invadiram e destruíram os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, em Brasília.

No Congresso, os participantes do atentado picharam fachadas, quebraram móveis, rasgaram obras de arte, reviraram salas e queimaram objetos. Atos de depredação e destruição marcaram o dia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava ainda em São Paulo, porém, ao tomar conhecimento do atentado, decretou intervenção federal a fim de assumir a segurança pública do DF até o dia 31 de janeiro. O decreto passou por aprovação pelo Congresso Nacional, dois dias após os ataques aos Três Poderes. Dois dias depois dos atos golpistas, 1.500 pessoas foram presas.

 

Foto Destaque: invasão ao Congresso Nacional. Reprodução/Pixabay.

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