Mais uma vez a educação não é priorizada e sofre corte de verbas de mais de 1 bilhão de reais

Melissa Lois Por Melissa Lois
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Na luta por uma fatia do orçamento federal, a educação perde mais uma vez. Na tentativa de equilibrar o teto de gastos, mais de 1 bilhão foram bloqueados para as Universidades Federais, o que pode comprometer o funcionamento dessas instituições. 

Durante todo o ano, o Ministério da Educação vem sofrendo com cortes de verbas para a educação. O acúmulo de bloqueios chega a quase 3 bilhões em 2022, sem as emendas parlamentares, e é o ministério mais atingido pelos congelamentos. De acordo com Dados da Instituição Fiscal Independente, R$763 milhões foram apreendidos das universidades federais, o equivalente a 14% da verba anual das instituições, apontou a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).


Universidade Federal do Paraná, que também sofreu com o corte de gastos (Foto: Reprodução/site da UFPR)

 


Ricardo Marcelo Fonseca, o presidente da Andifes, afirmou em entrevista à GloboNews, que o corte de gastos na educação, anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), levará as universidades a cortar gastos no osso. As verbas para água, luz, segurança, limpeza e principalmente nos restaurantes universitários, que recebem uma grande quantidade de alunos por dia. 

Parte do montante referente ao Ministério da Educação deve ser recomposta em Dezembro, segundo o governo. De acordo com informações do MEC, o mais recente bloqueio na pasta foi anunciado no fim de Setembro e no valor de R$ 1,1 milhão de reais.

Além da problemática de afetar os serviços básicos, a falta de verbas pode refletir no pagamento de bolsas estudantis, que tem como grande consequência a dificuldade da permanência estudantil e repasses para pesquisas e projetos de extensão. 

Algumas universidades já se pronunciaram, como a Universidade de Ouro Preto (UFOP), de Juiz de fora (UFJF) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), alegando surpresa e ao mesmo tempo tristeza com essa grave notícia que abala todas as instituições federais. 

“Como é que vamos conseguir nos manter em outubro e novembro sem dinheiro? Houve esse contingenciamento e, no anexo do decreto, há informação de desbloqueio em dezembro. ‘Há perspectiva de liberação dos limites estornados em dezembro’, segundo o texto. Isso nos assombra, porque precisamos da certeza. As universidades têm compromissos que devem ser cumpridos nesse tempo”, lamentou Ricardo.

Foto Destaque: Universidade Federal Fluminense, outra vítima do corte de gastos. Reprodução/site da UFF. 

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