David Arakhamia, integrante do grupo que negocia com os russos quais serão os próximos passos da guerra na Ucrânia, diz que as conversas com a Rússia só continuarão após as armas avançadas chegarem de aliados ocidentais e a poisção da Ucrânia for “fortalecida”.
“Até agora, não vejo razão para iniciar novas negociações”, disse Arakhamia nesta sexta-feira (3). “Até que haja realmente alguma grande mudança na frente”, acrescenta.
O negociador ucraniano afirma que a situação atual é “um passo à frente, dois passos para trás, enquanto a Ucrânia tenta expulsar as forças russas das aldeias ocupadas e a Rússia assume novas áreas”.
“As negociações devem continuar quando nossa posição de negociação for fortalecida”, aponta.
Arakhamia ainda destaca que “pode ser fortalecido agora”, quando o armamento “constantemente prometido a nós por parceiros internacionais… acabará chegando em quantidades suficientes”.
“As forças armadas estão prontas para usá-lo, novas brigadas já foram treinadas e formadas. E então podemos iniciar uma nova rodada de negociações com uma posição negocial intensificada”, completa.
Encontro entre delegações russas e ucranianas para negociações sobre a guerra na Ucrânia, que aconteceu no dia 29 março, em Istambul, na Turquia. (Foto: Arda Kucukkaya/ Anadolu Agency)
Rússia disse que “negociações de paz não estão avançando”
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse no dia 18 de maio que não houve avanço nas negociações de paz com a Ucrânia e que Kiev estava demonstrando uma total relutância em continuá-las.
“As negociações não estão progredindo e notamos a total falta de vontade dos negociadores ucranianos em continuar esse processo”, declarou Peskov.
No dia anterior, a agência de notícias Interfax se referiu ao vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrey Rudenko, dizendo que a Rússia e a Ucrânia não estavam mantendo negociações “de qualquer forma” e que Kiev “praticamente se retirou do processo de negociação”.
Foto em destaque: Negociações entre Ucrânia e Rússia estão paralisadas, segundo David Arakhamia. (REUTERS/Mehmet Emin Caliskan)