Novo programa do governo paga até R$ 30 mil por caminhões velhos

Camila Rodrigues Por Camila Rodrigues
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O governo federal pretende publicar nesta semana a Medida Provisória que cria o “Renovar”, programa de renovação da frota de veículos antigos. Em discussão com montadoras e outros segmentos do setor há mais de 20 anos, o plano tem início com caminhões, ônibus e implementos rodoviários.

“Todas as transações serão realizadas na Plataforma Renovar, um ambiente virtual no qual poderá ser efetuado o registro das operações relativas ao desmonte ou destruição, como sucata dos bens elegíveis e a utilização dos benefícios concedidos no âmbito do programa”, informa o órgão.

Objetivo do programa é renovar a frota brasileira e melhorar eficiência logística, já que há cerca de 460 mil caminhões com mais de 20 anos no país. A iniciativa, que será voluntária, é voltada à reciclagem veicular.


O objetivo é testar o modelo negocial e operacional de reciclagem veicular. (Reprodução/Gazeta do Povo)


A última pesquisa sobre a idade média da frota brasileira, feita anualmente pelo Sindipeças (sindicato das empresas de autopeças), indica que havia 2,05 milhões de caminhões em circulação no Brasil em 2020, sendo 17% até 5 anos, 56%, entre 6 e 15 anos e 27%, mais de 16 anos.

A fabricante de caminhões e ônibus sediada em Sete Lagoas (MG) venceu licitação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para criar um projeto piloto e testar a implementação do programa de renovação de veículos pesados. Em parceria com uma de suas concessionárias, a Deva, também de Minas Gerais, a Iveco começou a adquirir no mercado 50 caminhões com mais de 30 anos para iniciar a operação.

Quem entregar o caminhão para a reciclagem receberá um crédito entre R$ 20 mil, se for um modelo de menor porte (leve), e R$ 30 mil, se for semipesado ou pesado. Segundo George Carloto, gerente de vendas da Iveco, o proprietário poderá usar o dinheiro como parte do pagamento de um veículo mais novo ou para outras finalidades.

Parte do valor pago as pessoas que entregarem os veículos, virá de subsídios da ABDI, da Iveco e da Deva. Após triturar o veículo antigo e separar componentes como aço, borracha, vidro e resíduos de lubrificante, poderá vendê-los. Nenhuma peça vai ser reaproveitada, de acordo com as empresas envolvidas.

Os resultados desse projeto poderão ser usados pelo governo como insumo para elaboração da política pública de renovação de frota. Também está em curso o desenho de outro projeto piloto para testar os mesmos conceitos em ônibus.

 

Foto destaque: Os resultados desse projeto poderão ser usados pelo governo como insumo para elaboração da política pública de renovação de frota. Reprodução/Cobli.

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