Em junho de 2021 ocorreu o último eclipse solar, quando a lua se alinhou entre a Terra e o sol, mas não foi possível de ser visto no Brasil. Este ano, no entanto, está previsto que o evento ocorra novamente no dia 14 de outubro, e desta vez com visibilidade anular no norte e nordeste brasileiro, e visibilidade parcial ainda no resto do país.
Essa visibilidade descrita como ‘anular’ é um tipo de classificação do eclipse, na qual o sol é encoberto pela lua de modo que o astro maior se assemelhe com um “anel de fogo” ao redor do nosso satélite, que então ficará como um centro escuro.
Com a Terra em rotação, este tipo de visibilidade será possível somente em uma faixa territorial estreita de leste a oeste (seguindo do nascer ao pôr do sol), percorrendo pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará, e Amazonas, e expandindo para partes da América Central e do Norte.
Trajetória esperada do eclipse de 14 de outubro de 2023. (Foto:Reprodução/Fernando de Gorocica/Wikipedia Commons)
Eclipse Anular vs. Total
Segundo a astrônoma do Observatório Nacional, Dra. Josina Nascimento, um eclipse anular ocorre quando a lua, alinhada entre a Terra e o sol, cobre o disco solar quase por completo, deixando apenas um brilhante “anel de fogo” ao redor da borda. Enquanto isso, o eclipse total significaria a cobertura mais compreensivo da estrela, o que ocorre quando a lua está mais perto da Terra.
“Tanto no eclipse total quanto no anular a lua está alinhada entre a Terra e o sol, bloqueando toda ou a maior parte da luz do sol em uma parte da superfície da Terra. A sombra mais escura, onde toda a luz solar é bloqueada, é chamada umbra. Em torno da umbra se define a sombra mais clara, a penumbra, onde a luz solar é parcialmente bloqueada e o eclipse é visto como parcial,” explica a astrônoma.
Josina ainda conversará sobre o eclipse no programa Ciência na Rádio, em parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio MEC.
Exemplo da forma parcial de um eclipse anular, onde o ‘anel’ nunca se forma completamente. Fotos de 26 de fevereiro de 2017. (Foto:Reprodução/Fernando de Gorocica/Wikipedia Commons)
Cuidados ao observar
A astrônoma ainda adiciona que observar o eclipse requer o uso de filtros solares apropriados, não sendo recomendados a vista direta, com películas de raio-x, óculos escuros, ou qualquer material caseiro.
“Nunca use um telescópio, pois o dano será imediato e também irreversível. Somente se pode usar telescópio apropriado, com filtro apropriado e sob supervisão de profissionais,” Josina adverte deixando claro que certos cuidados devem ser tomados em relação à segurança.
Uma das maneiras de assistir ao eclipse será através do Observatório Nacional, que vai transmitir o evento em tempo real na edição: “O céu em sua casa: observação remota”.
Foto Destaque: Imagem ilustrativa de um eclipse solar. Reprodução/A. Owen/Pixabay