Paraguaios que trabalhavam como escravos em fábrica no RJ foram trazidos para o Brasil vendados

Nathália Siqueira Por Nathália Siqueira
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Nesta segunda-feira (20), durante a Operação Libertatis, da Polícia Federal, 19 paraguaios foram resgatados de fábrica de cigarros no Rio de Janeiro, onde viviam em condições semelhantes a escravidão. De acordo com a PF, os estrangeiros trabalhavam cerca de 12 horas por dia, sem descanso, durante os sete dias da semana e quase não dormiam, além de estarem alojados na própria fábrica. 

A Operação Libertis, visa apurar e reprimir crimes envolvendo tráfico de pessoas, fraude, condições análogas a escravidão, sonegação de nota fiscal e delitos contra relações de consumo. Quando questionados pela polícia sobre as informações que sabiam, os resgatados informaram que possuiam contato com apenas um dos criminosos, que era quem os levava mantimentos, estando sempre armado e com uma máscara na cabeça. Eles disseram também que não sabiam onde estavam, tendo sido levados para o Brasil completamente vendados, e com a promessa de que trabalhariam em indústria têxtil em São Paulo.

“Os trabalhadores se encontravam em local sem as mínimas condições de higiene, convivendo com animais, esgoto a céu aberto e com os próprios resíduos da produção dos cigarros. Eles não recebiam qualquer remuneração pelos serviços prestados, tinham a liberdade de locomoção restrita e ainda eram forçados a laborar sem equipamentos de proteção”, diz a nota da Polícia Federal.

As vítimas foram redirecionadas a sede da PF, na Zona portuária do RJ. Além dos trabalhadores, outro ser que fora resgatado da fábrica, foi um filhote de cachorro, apelidado em homenagem a operação, “Libertatis”. O animalzinho foi adotado por um funcionária do consulado do Paraguai. 


Filhote de cachorro que também fora resgatado da fábrica no RJ (Reprodução/Polícia Federal)


Ao que tudo indica, os paraguaios foram sequestrados por uma organização criminosa especializada em tráfico de pessoas. Até o momento quatro mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. Porém, até agora ninguém foi preso.

 

Foto destaque: Alojamento em condições precárias, onde os paraguaios moravam. Reprodução/Polícia Federal.

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