Pesquisas eleitorais: Institutos esclarecem como pesquisas são feitas ao entrevistar eleitor

Cris Silva Por Cris Silva
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Segundo métodos estabelecidos pela ciência estatística, através de uma pesquisa de intenção de votos é que os resultados obtidos podem ser explicados. Para isso, os institutos consideram diversos critérios para ter garantia de que a análise retratada naquele momento do processo eleitoral, seja o mais fiel possível.

O passo principal é definir o objetivo do levantamento, visto que as pesquisas realizadas durante as eleições, tem como meta, identificar a intenção de voto do cidadão no momento exato em que estão sendo ouvidos. Um exemplo de entrevista, é aquela feita na rua, considerada uma etapa importante, pois se trata de um trabalho que teve início muito antes. A entrevistadora tem como papel conversar com as pessoas.

“Entrevistadora: Oi, boa tarde, senhor(a). Eu sou entrevistadora do Ipec e estou realizando uma pesquisa de opinião na região. Posso contar com a sua opinião numa pesquisa?”. Márcia Cavallari, que é diretora do Ipec, define faixa etária, renda e escolaridade como informações essenciais, e são retiradas da Pnad, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, e o último censo registrado é de 2010. Ela também ressaltou, que as perguntas e os critérios de entrevista seguem regras, evitando assim um direcionamento para determinado candidato.

“Toda pesquisa de opinião é baseada na teoria estatística. É o conceito de que você vai tirar uma amostra representativa da sua população que você quer pesquisar. Então, no nosso caso, o conjunto total de eleitores, de maneira que você tenha ali nessa tua amostra a representação de todos os segmentos demográficos, da distribuição geográfica desse conjunto de eleitores. Então, você tem ali o retratinho fiel na sua amostra da população que você quer pesquisar. E para você fazer isso você tem toda uma teoria estatística, em que você se baseia para a construção de suas amostras” disse a diretora.

A diferença de votos entre Bolsonaro (PL) e Lula (PT)

O que chamou atenção foram os votos recebidos por Jair Bolsonaro em comparação ao seu oponente direto, Lula, que esteve à frente em todas as pesquisas realizadas. O Ipec disse, que perante a possibilidade de vitória do candidato petista já no primeiro turno, divulgada pelas próprias pesquisas, muitos dos eleitores que ainda se encontravam em dúvida ou que iriam votar em branco, nulo ou votar em outros candidatos, como Tebet e Ciro, teriam feito uma espécie de antecipação em relação aos votos que pretendiam dar a Bolsonaro somente no segundo turno.



Bolsonaro e Lula (Foto: Reprodução/Instagram)


Márcia Cavallari, ainda faz a observação, de que é preciso monitorar no primeiro e segundo turnos, os movimentos e a evolução dos entrevistados com dúvidas e também daqueles que dizem que irão votar em branco ou nulo.

O professor Samuel Mendonça, da PUC de Campinas, concorda com a fala da diretora do Ipec: “Durante o processo, as pesquisas são essenciais, porque sem as pesquisas ficaríamos todos no escuro, sem saber como a opinião pública está reagindo ao debate político que está sendo feito durante o processo”, argumenta. Para ele, de fato é preciso analisar cada pesquisa como um todo, como um retrato que mostra que os momentos da campanha eleitoral são variados.

Foto destaque: Urna eleitoral. Reprodução/Twitter

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