PF avalia entrar em Terra Indígena, onde Kayapós dizem ter detidos garimpeiros

Sabrina Cumming Por Sabrina Cumming
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A Polícia Federal (PF) avalia entrar na Terra Indígena Baú, no sudoeste do Pará, onde indígenas Kayapó dizem ter detido garimpeiros que tentavam reativar uma área de mineração ilegal.

Segundo a TV Liberal, junto com uma fonte na PF, representantes do órgão sobrevoaram a área neste sábado (21) e avaliam fazer no domingo (22) uma operação para retirar os garimpeiros que estariam no local. A ação de retirada dos invasores será feita a partir da Operação Guardiões do Bioma, que combate o desmatamento ilegal nos estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia.


Terra Indígena Baú em 2018 Reprodução/Ascom MPF-PA


Garimpeiros em terra indígena

Indígenas do povo Kayapó afirmam que um grupo de garimpeiros está detido na aldeia, uma liderança afirma que há nove garimpeiros detidos e que “derramamento de sangue pode acontecer a qualquer momento”. Os Kayapós relatam que flagraram os invasores tentando reativar um garimpo conhecido como Pista Nova.

Ainda segundo os Kayapós, o grupo pretendia chegar até um segundo garimpo na região, conhecido como Pista Velha, onde indígenas que estariam dando apoio aos invasores instalaram uma aldeia.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há risco de conflito entre os próprios indígenas, envolvendo os que apoiam o garimpo e os que são contra a exploração ilegal. Cerca de 40 indígenas ou mais podem se envolver no conflito.

Em nota, o MPF informou que acompanha a situação tensa na Terra Indígena Baú e que as polícias Federal (PF) e Civil do Pará (PC) foram acionadas para que tomem providências urgentes.

O MPF solicitou à PF que seja utilizada uma aeronave da operação “Guardiões do Bioma”, conduzida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para realizar uma ação imediata na área indígena.

Em resposta, a PF disse que tomou conhecimento do assunto e que “está buscando a confirmação mínima dos dados“. Caso confirmado, a corporação disse que realizará operação no local.

A Polícia Civil do Pará, também acionada pelo MPF, disse que “irá atuar dentro de suas atribuições no caso“.

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), informou “que mesmo sendo de responsabilidade da Polícia Federal, por se tratar de área da União e conflito envolvendo comunidade indígena, foi solicitado apoio e a Polícia Civil está atuando dentro das atribuições que cabem ao Estado“.

Já a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que acompanha o caso na Terra Indígena Baú, no estado do Pará, por meio da Operação Guardiões do Bioma. A Funai também disse “que tem atuado continuamente em ações de fiscalização em Terras Indígenas de todo o país em articulação com os órgãos ambientais e de segurança pública“.

Sobre a Terra Indígena Baú

A Terra Indígena Baú possui, aproximadamente, 188 indígenas de dois povos: Pu´rô, que vivem isolados, e os Kayapós. 

Homologada em 2008, a área mede cerca de 1,5 milhões campos de futebol e fica dentro do município de Altamira, segundo o Instituto Socioambiental (ISA).

O local não possui rede de internet ou telefone e a comunicação só é feita via rádio amador por meio de frequência.

 

Foto em destaque: Aldeia Kayapó na Terra Indígena Baú, em 2018 Reprodução/Ascom MPF-PA

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