PF vê risco de exposição de dados do Brasil a órgãos estrangeiros

Victor Kallut Por Victor Kallut
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Investigadores da Polícia Federal têm ficado preocupados com os resultados obtidos com a investigação sobre o uso de um software de espionagem pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. Isso porque o FirstMile, programa em questão, pertence à empresa israelense Cognyte, e os dados obtidos pela Abin eram armazenados no servidor da companhia, localizado em Israel. Essa situação pode causar uma exposição de dados brasileiros a instituições estrangeiras.

Operação já resultou em 2 prisões

A Polícia Federal deflagrou a operação sobre o uso do software de espionagem por parte da Abin na semana passada. Desde então, dois ex-servidores atuantes no órgão já foram presos e outros cinco que estavam em atividade foram afastados de seus cargos. Segundo o Exército, a ação da agência em utilizar um programa de servidor israelense acabou “abrindo as portas” da rede de telefonia do Brasil para entidades e profissionais estrangeiros, o que acaba por correr o risco de expor informações que, para os investigadores da PF, são consideradas estratégias para a segurança nacional.


Abin
Sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) (Foto: reprodução/Metrópoles/Hugo Barreto)


Em nota, o Exército afirmou que todos os esclarecimentos solicitados pela PF serão prestados a ela, e que “esse é o procedimento que tem pautado a relação de respeito e profissionalismo do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”.

GSI mudou regra sobre servidores estrangeiros em 2021

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é o órgão responsável por editar e redigir normas sobre o armazenamento de dados referentes ao poder público no Brasil. Até o ano de 2021, ele proibia a hospedagem de informações brasileiras em servidores fora do país, devido ao risco de mau uso deles por parte de organizações estrangeiras. Contudo, em 2021 isso foi mudado, e o GSI abriu a possibilidade de dados serem armazenados em servidores externos, mediante avaliação.

Porém, o armazenamento de dados sigilosos e sensíveis em servidores fora do país não é recomendado em nenhuma situação.

 

Foto destaque: Polícia Federal realiza operação na Agência Brasileira de Inteligência (Reprodução/Metrópoles/Hugo Barreto)

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