Polícia Civil da Bahia conclui caso de homicídio da adolescente cigana Hyara

Letícia Santos Por Letícia Santos
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Nessa sexta-feira (11), a polícia civil da Bahia finalizou o inquérito que investigava a morte da adolescente de 14 anos, Hyara Flor, da comunidade cigana que chocou o país. A morte da menina ocorreu em julho, e o caso concluiu que o tiro que a matou foi acidental e feito pelo cunhado, irmão do marido dela, com quem se casou dois meses antes do ocorrido. O menino tem 9 anos, e o disparo foi feito enquanto ele brincava com a arma que havia no quarto de Hyara.


Hyara em seu casamento 45 dias antes de sua morte (Foto: Reprodução/Twitter/@g1)


Relembre o caso

O crime ocorreu apenas 45 dias após o casamento da jovem com outro rapaz, também de 14 anos, da comunidade cigana. Nessa cultura, é comum que casamentos ocorram cedo, contudo, a tradição não garante casamento válido segundo a lei brasileira. As investigações, no primeiro momento, acusavam caso de feminicídio ou de ato por vingança, pois um tio de Hyara teria um relacionamento extraconjugal com a sogra da garota.

A necropsia do corpo provou que o tiro fez com que a garota asfixiasse no próprio sangue até a morte. Dentro da casa onde ela foi morta, foram encontrados uma pistola calibre 38 e dois carregadores.

No decorrer das investigações, foi verificado que o tiro havia sido dado de 20 a 25 cm de distância, ou seja, bem perto. O adolescente companheiro de Hyara tem entre 1,80m e 1,85m de altura e, pela posição do tiro, foi descartado que ele fosse o autor do disparo.


Resumo do caso em reportagem do portal UOL (Reprodução/Youtube/UOL)


Conclusão da morte de Hyara

Por fim, as investigações apontaram que o marido de Hyara Flor estava na casa dos fundos com os pais. As casas têm acesso comum entre elas.

O fato que aconteceu foi JD (iniciais do nome da criança), que é meu filho e cunhado de Hyara, brincando com a arma e teve um disparo acidental”, disse Júnior Silva Alves, sogro da jovem.

A sogra de Hyara, responsável legal do menino que foi autor do disparo acidental, foi indiciada por homicídio culposo e porte ilegal de arma. Ela confessou ter comprado a arma na Bahia, na cidade de Vitória da Conquista, após um de seus filhos sofrer uma tentativa de sequestro. As imagens da câmera de vigilância do endereço do fato, documentos e mensagens de celular e redes sociais foram apuradas, além da perícia em campo.

O coordenador do caso na Polícia Civil, Paulo Henrique, contou que depois do ocorrido o menino saiu com a mão na cabeça e gritava: “Me matem, eu matei a Hyara”. As entidades locais da Bahia e do Espírito Santo informaram que não podem divulgar mais informações a respeito dos menores de idade.

 

Foto destaque: Hyara em seu casamento, 45 dias antes de sua morte. Reprodução/Twitter/@G1

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