Após os ataques na sede dos três poderes em Brasília esse mês (08/01), por volta de 1.398 pessoas foram detidas e estão presas em penitenciárias do Distrito Federal por flagrante nos ataques declarados terroristas, porém a manutenção desse número de presos vem sido custoso ao estado. Pois de acordo com Gustavo Rocha, chefe da Casa Civil do DF, os presos custam por volta de R$ 3,425 milhões por mês ao GDF.
“Em média, um preso aqui no DF custa R$ 2.450. Como são em torno de 1.398, dá R$ 3.425.000 de custo aproximado, o que pode ser um pouco mais ou um pouco menos por conta da excepcionalidade que foi esse período“, disse Gustavo Rocha.
Os presos atualmente se encontram detidos na Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colméia, e também no Complexo Penitenciário da Papuda. Ainda de acordo com Rocha, a maior parte dos detentos provém de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, com o adendo de que nenhum dos apreendidos foi transferido ainda para seus respectivos estados pois ainda aguardam decisão da Justiça.
“Para que esses presos possam ser transferidos é necessário uma decisão judicial. Então, enquanto não tiver decisão judicial, os presos ficarão aqui, o sistema prisional do Distrito Federal está apto a recebê-los. Passou por uma readequação nesse período e, tanto na ala masculina quanto na ala feminina, o sistema prisional, dentro das limitações, está apto a manter esses presos enquanto não tiver decisão judicial“, conclui Rocha.
Apenas quando finalmente houver uma ordem oficial de transferência dos presos para seus estados de origem, com o custo da transportação também ficando a cargo do GDF, mas sem um valor final estimado.
Ataque a sede dos três poderes (Foto: Reprodução / G1)
Entre os presos na Esplanada dos Ministérios, se encontram quatro policiais militares e 10 advogados, no qual já foram transferidos para o 19º Batalhão da PM, que se encontra dentro da Papuda.
Anteriormente os mesmos se encontravam no Centro de Detenção Provisória 2 mas conseguiram a transferência para o batalhão com a justiça pois servidores da segurança pública e advogados possuem o direito a essa prisão especial. Porém, o benefício não é efetivado em condenações definitivas e é apenas concedido no caso de prisões provisórias.
Por volta de 85 presas devem deixar o presídio de Gama por conta da superlotação que se encontra depois da chegada de 513 mulheres que participaram dos atos terroristas. Mas uma recente decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) liberou, por 90 dias, as presas que já se encontram em regime semiaberto realizando trabalho externo, todas monitoradas por tornozeleira eletrônica.
Mais um dos altos nomes entre os presos é o ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que atualmente se encontra preso em Guará no 4º Batalhão da Polícia Militar, sendo investigado por omissão e conivência pelos ataques às sedes dos três poderes. O ex-ministro foi preso quatro dias depois da ordem de prisão dada pelo atual ministro do STF, Alexandre de Moraes. A previsão é que Torres deponha na Polícia Federal nesta quarta-feira (18/01).
Foto Destaque: Complexo Penitenciário da Papuda, no DF (Reprodução / G1)