Prevendo sua inelegibilidade, Bolsonaro mobiliza apoiadores para criticar a decisão do TSE

Joana Tchian Por Joana Tchian
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O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, que está sendo julgado por possível abuso de poder político, conta com a mobilização dos seus milhares de apoiadores nas redes sociais para criticar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caso receba a condenação de inelegibilidade.

A estratégia da equipe de Bolsonaro é que ele seja colocado no papel de vítima, em uma tentativa de capitalizar sob o julgamento que ele já espera ser desfavorável a ele mesmo. Na avaliação e ponto de vista do PL, essa estratégia irá manter os apoiadores de Bolsonaro juntos, para que seu papel de cabo eleitoral para as próximas eleições, nos anos de 2024 e 2026, seja fortalecido.

Além disso, a ordem é que a agenda de Bolsonaro não seja interrompida. Na próxima sexta-feira (23), o ex-presidente irá ao Rio Grande do Sul. Logo depois, irá para Ji-Paraná, em Rondônia, no sábado, onde vai se encontrar com a esposa Michelle Bolsonaro em um evento promovido pelo PL Mulher.

Já na próxima semana, ele manterá sua rotina, mas não pretende criticar o TSE antes da decisão, tudo isso dentro da atitude mais “moderada” que adotou para o momento.

A partir do dia 25 de junho, o partido usará uma campanha previamente planejada com o intuito de aumentar o apoio a Bolsonaro. Neste dia, o PL irá lançar uma campanha para recadastramento de filiados e filiação, com uma meta de subir de 770 mil pessoas para mais de 1 milhão.


Sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). (Foto: Reprodução/InternetLab)


Durante esta iniciativa, o partido do ex-presidente irá perguntar aos seus apoiadores o que eles acham da tal condenação do TSE a Bolsonaro, que tem o julgamento marcado para esta quinta-feira (22).

Os ministros do TSE estão confiantes e otimistas com o julgamento de uma das 16 ações movidas contra Bolsonaro, já que acreditam que ele será concluído até a próxima semana, sem um pedido de vista.

O julgamento irá começar com a leitura do resumo do relatório feito pelo ministro Benedito Gonçalves e as sustentações da defesa, acusação e do Ministério Público Eleitoral.

Um dos motivos que leva os integrantes do TSE a acreditarem que não terá um pedido de vista, é a dúvida se terá tempo para o relator ler um resumo do seu voto, que já foi distribuído aos colegas há semanas. Além das indicações de Nunes Marques, ministro indicado por Bolsonaro, que não teria disposição para passar uma imagem de defensor a todo custo do ex-chefe de Estado.

A expectativa do tribunal é de que comecem os votos já na próxima terça-feira. A penúltima pessoa a votar é Nunes Marques, isso significa que quando ele for se manifestar, o placar de votos já pode estar definido. Já se fala em um resultado de 7 a 0 contra Bolsonaro.

Foto destaque: Ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Reprodução/Money Times

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