Putin exige que Grupo Wagner assine juramento de lealdade à Rússia

David Silva Por David Silva
4 min de leitura

O presidente da Rússia Vladimir Putin exigiu que o Grupo Wagner assine um documento para jurarem lealdade à Russia. O anúncio foi feito no Kremlin, durante a noite de sexta-feira (25), e tem como objetivo reordenar as tropas e para que os soldados voltem a respeitar suas ordens em meio ao conflito com a Ucrânia.

O discurso vem dois dias após a morte de Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wanger, em uma queda de avião — o Kremlin ainda não confirmou a morte do mercenário, mas Putin afirma que impôs a ordem para acabar com qualquer “especulação ocidental”. Segundo o The Telegraph, a ordem de assinatura tem efeito imediato e afirma que “é necessário seguir estritamente as ordens dos comandantes e superiores, assim como cumprir inteiramente as suas obrigações durante a operação militar especial”. 

Vladimir Putin expressou suas condolências às famílias das vítimas na quinta-feira e falou anteriormente sobre Prigozhin. Ele citou “informações iniciais” de que Prigozhin e colaboradores-chave do grupo de Wagner haviam morrido e, ao elogiar o ex-líder do Wagner, disse que havia cometido um “erro grave”.

Entenda o que é o Grupo Wagner

O Grupo Wagner é composto por mercenários e ex-soldados de elite altamente qualificados. Fundado em 2014, eram liderados pelo oligarca Yevgeny Prigozhin, ligado ao Kremlin que se acredita ter sido um dos mortos no acidente de avião.

Diz-se que Prigozhin desenvolveu o Wagner recrutando prisioneiros de guerra, civis russos e estrangeiros. As estimativas sugerem que mais de 20 mil soldados poderiam lutar pelo grupo na Ucrânia. Devido aos seus laços com o Kremlin, o grupo esteve envolvido em diversas missões em conflitos e guerras civis.


Mercenários do Grupo Wagner durante operação

Grupo Wagner durante operação em Donbass, no leste da Ucrânia (Arkady Budnitsky/Anadolu Agency/Getty Images)


O Grupo era uma das equipes de confiança de Vladimir Putin. O presidente da Rússia contou com os mercenários após a invasão à Ucrânia, em 2022, para manter a segurança do país e utiliza-los em confrontos cada vez mais importantes, como na cidade de Bakhmut.

 

Conflito entre Rússia e seu esquadrão de confiança

Em Junho, o motim do Grupo Wagner gerou receio de uma guerra civil na Rússia pelo restante do mundo. A revolta de mercenários armados ocorreu depois de Prigozhin se ter queixado de que o Ministério da Defesa não lhes estava a enviar equipamento. Prigozhin também acusou o governo russo de atacar os campos da organização. 

À época, Prigozhin  se enfureceu durante meses com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe das forças armadas, Valery Gerasimov, sobre o fracasso em fornecer a seus mercenários equipamento e munição suficientes. O líder do Grupo afirmou que era uma “marcha por justiça” e que não estava tentando dar um golpe no governo russo.

Após os tumultos, a Rússia informou que o grupo Wagner tinha sido dissolvido, mas houve relatos de que o recrutamento de mercenários continuou e que o grupo continuou a operar na Síria, na Ucrânia e em países africanos.

Foto destaque: Vladimir Putin durante discurso no Kremlin. kremlin.ru/Wikimedia Commons

Deixe um comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

Sair da versão mobile