O número de pessoas retiradas de suas residências para escapar da inundação causada pela destruição da barragem de Nova Kahovka, na Ucrania, subiu para dois mil. As remoções aconteceram no território ucraniano que ainda está sob o poder de Kiev.
A água atingiu o nível mais alto em 17 localidades, afetando um total de 16 mil pessoas. Em várias cidades ucranianas, diversos bairros estão completamente submersos.
Alguns moradores das cidades de Kherson e Nova Kakhovka passaram a noite nos telhados das casas que não foram totalmente submersos. Os resgates destas pessoas estão sendo, em sua maioria, através de botes infláveis, semelhantes aos que os Corpos de Bombeiros usam no Brasil.
Equipe de salvamento na região de Nova Kakhovka. (Reprodução: Ercin Erturk/Anadolu Agency)
As autoridades ucranianas da região denunciaram formalmente a morte de milhares de animais por conta das inundações. Especialistas da área da saúde também chamaram a atenção para o possível surgimento de doenças que são transmitidas através da água, como a cólera.
A barragem se rompeu na madrugada da terça-feira (6), no horário local, e pode deixar, segundo Volodymyr Zelensky, milhares de cidadão ucranianos sem acesso a água potável. Rússia e Ucrânia se acusaram sobre a responsabilidade do ataque a estrutura de uma represa mais de um ano após o início do conflito. Ucrânia e Rússia não apresentaram provas concretas para culpar o lado inimigo. Ainda não foi esclarecido se a barragem foi rompida de maneira deliberada ou por uma falha estrutural.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, afirmou que a Rússia carrega uma “responsabilidade criminal” e que o ocorrido é semelhante a uma “Bomba de destruição em massa”. Promotores ucranianos investigam o caso da barragem e o classificam como um “Ecocídio”.
As atenções agora estão voltadas para o perigo exposto a vida selvagem, fazendas, abastecimento de água, assentamentos e uma possível contaminação de produtos químicos que vazaram da usina hidrelétrica do rio Dnipro.
Foto destaque: Barragem de Nova Kakhovka destrída. (Reprodução: BBC)
